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MATÉRIA 1: A preguiça de ouro
por Marta Carneiro
Em: Edição Impressa n. 155, de Janeiro 2009
"Pesquisa", Revista da FAPESP
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Ossada completa revela nova espécie extinta
Há alguns anos foi achado no Poço Azul, em plena Chapada Diamantina, na Bahia, um esqueleto quase completo de uma preguiça terrestre de 3 metros de comprimento que vivera ali 11 mil anos antes. Depois de estudar os ossos do animal extinto, Cástor Cartelle, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), concluiu se tratar de um novo gênero, que batizou de Ahytherium aureum – “preguiça de ouro”.
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Crânio da Ahytherium aureum
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A referência dourada se deve ao meio século de existência que a PUC mineira comemora neste ano. “É o primeiro esqueleto completo de uma preguiça do Pleistoceno da família dos megaloniquídeos, animais com grandes garras que viviam na América do Sul”, comenta Cartelle. A descrição da espécie está na edição de agosto da revista Comptes Rendus Paleovol.
Fonte:
http://revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=5288&bd=2&pg=1.
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MATÉRIA 2: "Preguiça terrícola com hábitos aquáticos"
Por Juliana Marques
Publicado em 20/02/2009
em: Ciência Hoje On-line
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Esqueleto quase completo desse animal pré-histórico revela espécie que pode ter sido hábil nadadora.
Paleontólogos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) acabam de descrever uma nova espécie de preguiça terrícola, mamífero herbívoro que habitou as Américas até cerca de 11 mil anos atrás. Batizado de Ahytherium aureum, o animal tinha uma particularidade: o formato de sua cauda indica que ele poderia viver tanto na terra quanto na água, assim como capivaras e lontras.
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A preguiça terrícola Ahytherium aureum alimentava-se de folhas e raízes (imagem cedida por Cástor Cartelle):
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A descrição foi feita com base em um esqueleto da preguiça – um dos mais completos já encontrados – coletado em 2005 na Chapada Diamantina, no interior da Bahia. Mergulhados em uma gruta na caverna do Poço Azul, os fósseis foram encontrados em uma expedição sob a coordenação científica do paleontólogo Cástor Cartelle, da PUC-Minas. Para retirá-los da caverna, os pesquisadores contaram com a ajuda de cinco mergulhadores profissionais.
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Caverna do Poço Azul, em Nova Redenção
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Cartelle conta que os fósseis da Ahytherium aureum se destacam pela conservação, apesar da fragilidade dos ossos. “Trata-se de um esqueleto raro”, afirma. E completa: “É o esqueleto mais completo de uma preguiça terrícola da família dos Megaloniquídeos até hoje encontrado na América do Sul.”
Os Megaloniquídeos (nome que significa “grandes unhas”) são animais que se originaram na América do Sul e viveram desde o período Eoceno (iniciado há cerca de 55 milhões de anos) até o final do Pleistoceno (há 11 mil anos), quando se extinguiram. Esqueletos muito completos de preguiças desse grupo já foram encontrados na América do Norte e em ilhas das Antilhas. Mas os achados do Pleistoceno em território sulamericano são muito raros.
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Jovem herbívora
Segundo Cartelle, os fósseis da Chapada Diamantina pertencem a uma preguiça jovem, com ossos e dentes ainda em crescimento. “Apesar disso, ela já tinha três metros de comprimento, um metro e meio de altura e um peso estimado em 500 quilos”, ressalta.
Após cerca de três anos estudando e reconstruindo as mais de 500 peças – muitas delas incompletas – da Ahytherium aureum, Cartelle diz que os ossos que mais se destacam são os da cauda, os dentes e as garras do animal, por indicarem características físicas e hábitos.
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Esqueleto da Ahytherium aureum encontrado na caverna do poço Azul, na Bahia. Nas duas bandejas brancas é possível visualizar o crânio (acima) e a mandíbula (abaixo). Foto: Marco Aurélio Veloso: .
A preguiça terrícola não se locomovia em galhos de árvores, mas caminhava pelas florestas e campos das Américas. As garras, longas e cortantes, permitiam que o animal se alimentasse de tubérculos e outros vegetais.
“Já a cauda, achatada, indica que, além de caminhar, a preguiça também poderia ser uma boa nadadora”, explica o pesquisador. No Peru, já havia sido descoberto um outro tipo de preguiça terrícola, mais antiga do que Ahytherium aureum, que seria capaz de nadar no mar.
Os paleontólogos da PUC-Minas pretendem agora fazer uma cópia do esqueleto para ser colocada em exposição no museu da Universidade.
Juliana Marques
20/01/2009
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