sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Arte Cemiterial - Georgina Cabral Salles

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Um dos mais belos aspectos da utilização das rochas é em sepulturas, estando relacionada à Arte Cemiterial.
Neste blog exibiremos algumas sepulturas com relações biográficas dos seus ocupantes.

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Evocações da Vida...
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Cumpre viver.
Sepultura da Pianista Georgina Campos Salles, de 1928, no Cemitério do Campo Santo, em Salvador, Bahia.
Os dedos entrelaçados da musa, com sua lira deixada de lado, representando a musicista que não mais toca, é mensagem bastante e suficiente... a lembrar que "Fugit tempus irreparabile... Carpe diem..."
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Matéria do Jornal "A Tarde" - Salvador, Bahia, de 20 de janeiro de 1928:

"Era uma pianista consagrada
MORREU A PROFESSORA D. GEORGINA SALLES.
Tem sido muito lamentado, principalmente no nosso meio artistico, o infausto desaparecimento da distincta pianista prof Georgina Cabral Salles hontem ocorrido, na "Maternidade Climerio de Oliveira".
Natural do Pará, vivia ha muitos anos na Bahia. D. Georgina Salles era uma artista de merecimento, sendo sempre ouvida com applausos na nossa sociedade.
Casada com o prof Camerino Salles, não deixou filhos.
Seu enterramento realizar-se-á, hoje, no cemiterio do Campo Santo.
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Comentário enviado pela neta de Georgina Cabral Salles, agosto de 2009:
"Georgina, minha avó, deixou três filhos, sendo um Jorge Vinicius Salles, meu pai, pianista; Luis Eduardo Salles que tocava viola na OSB e Cezar Orlando Salles, que foi engenheiro. Assim que o jornal noticiou erradamente que ela nao deixa filhos!
Meu avo , Camerino , do segundo casamento com Cassi Salles ainda teve dois filhos , Nelia Salles e Mecenas Salles.
Gostei de ler sobre ela !Obrigada"
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Camerino Salles, nascido em 06 de junho de 1890, em Belém, Pará, faleceu em 17 de maio de 1980, em Salvador, Bahia.
Algumas das obras de Camerino Salles:
- "Lamento op.9" - Valsa para piano
- "Mary Pickford op.10" - Valsa para piano
- "Apaixonada op.11" - Valsa para piano
- "Berceuse op.12" - Para violino e piano
- "Prelúdio op.16" - Para piano
- “Cara cirrà natia” – da ópera “Fosca”, de Antônio Carlos Gomes – arranjo para violino e piano.
- “Ave Maria” – para quinteto de cordas sobre melodia de Antônio Carlos Gomes
- “Elegia e Tarantella” – para quarteto de cordas – op.34-A (1938)
- “Saudades” – violino solo, opus 2.
- “Serenata ao Luar” – canção sem palavras para pequena orquestra. op.32. (1936)
- "A fiandeira op.29 n.2" - Para canto e piano. Letra de Otto Bitencourt.
Em setembro de 1925, com o prefixo SQ1D, foi instalada a Rádio Sociedade da Bahia, em uma festa solene, com comparecimento do governador da Bahia,Francisco Marques de Góis Calmon, e seus secretários. Falando em nome da rádio, o professor Cesário de Andrade expôs os fins da sociedade fundada, como "obra altamente patriótica de colaborar na educação cívica, artística e literária do povo baiano". Em irradiações que ocorriam às terças, quintas e sábados, das 19:30 às 21:30 horas, uma orquestra de professores, na qual participava Georgina Salles, atuava sob a direção do maestro Camerino Salles. Costumeiramente surgiam programas com números especiais de canto por artistas de destaque no meio social baiano.
Por informações da família, no Museu da Universidade do Pará encontra-se o acervo Vicente Salles, no qual estão as musicas de Camerimo Salles.
Abaixo, uma notícia relacionada a Camerino Salles, no Jornal "A Tarde", de Salvador, publicado a 08 de outubro de 1930:
Publicado em O8 de outubro de 1930 - Jornal "A Tarde" - Salvador - Bahia.
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mina de Tálio em Barreiras, na Bahia


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TEXTO 01:
"Metal raro é descoberto na Bahia"
Data 16/02/11
por: Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia

"No último dia 8 foi anunciada, na Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) da Bahia, a descoberta da única jazida conhecida de Tálio, um metal extremamente raro, estratégico e de alto valor, hoje somente produzido na China e no Cazaquistão. A descoberta foi feita pela empresa Itaoeste Serviços e Participações.
A jazida está localizada no território baiano e constitui a única ocorrência mundial conhecida de associação Manganês, Cobalto e Tálio, em ambiente geológico continental, onde se pode considerar o Tálio como o elemento de maior interesse econômico.
Segundo a Itaoeste, a reserva de apenas uma das áreas pesquisadas pela empresa seria suficiente para abastecer todo o consumo mundial, hoje estimado em 10 toneladas anuais, pelo período de seis anos. Além dessa, a Itaoeste detém mais 23 áreas na extensão da jazida.
O Tálio é um metal aplicado em soluções de alta tecnologia, de utilização estratégica nas áreas de saúde e energia, por exemplo. O mesmo é utilizado como contraste em exames cardiológicos por imagem, como elemento supercondutor na transmissão de energia e como material termoelétrico, já que tem capacidade de transformar calor desperdiçado em eletricidade aproveitável.
Esta Jazida permitirá que se produza na Bahia, este raro metal, de imensas possibilidades de aplicações tecnológicas High Tech (Alta Tecnologia), atraindo para o Brasil mais investimentos, e multiplicação de oportunidades de negócios derivados dessa nova produção metálica."
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Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia
(61) 3319-5620/5588
twitter: @Minas_Energia
ascom@mme.gov.br
www.mme.gov.br
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Fonte:
http://www.mme.gov.br/sgm/noticias/destaque2/destaque_0035.html
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TEXTO 02:
"Descoberta na Bahia a primeira jazida de Tálio, um metal raro e estratégico"
Fonte: Itaoeste
Página da empresa: http://www.itaoeste.com.br/
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"Está no Brasil, ou mais especificamente no território baiano, a única jazida conhecida onde se pode considerar o Tálio como elemento de maior interesse econômico, um metal extremamente raro e de alto valor, hoje somente produzido na China e no Cazaquistão. A descoberta foi da Itaoeste, que tem como sócio majoritário o empresário Olacyr de Moraes.
Para se ter uma idéia da importância da descoberta, a Reserva Total de Tálio Metálico é superior a 60.000.000 de gramas (o metal é comercializado e cotado em grama), apenas na primeira área onde a pesquisa foi concluída, área equivalente a menos de 2% da área total de pesquisas do projeto. Nas demais áreas, onde atualmente as pesquisas estão se desenvolvendo, verifica-se a continuidade da mineralização, e em vários locais os teores de Tálio apresentam-se acima da média obtida na primeira área pesquisada, o que mostra o excepcional potencial do jazimento, além de significativas reservas de Manganês e Cobalto, produtos com alta demanda e valor de mercado.
Segundo o engenheiro de minas Vladimir Aps, responsável pela descoberta, esta é a primeira vez que se tem notícia da ocorrência de Tálio associado ao manganês e cobalto, pelo menos em ambiente geológico continental, o que dá mais ineditismo à descoberta no território baiano.
Trata-se de um metal aplicado em soluções de alta tecnologia, de utilização estratégica nas áreas de saúde e energia, por exemplo. O mesmo é utilizado como contraste em exames cardiológicos por imagem, como elemento supercondutor na transmissão de energia e como material termoelétrico, já que tem capacidade de transformar calor desperdiçado em eletricidade aproveitável.
O anúncio da descoberta foi feito no dia 8 de fevereiro, em cerimônia realizada na sede da Superintendência do DNPM – Bahia, com a presença do superintendente do órgão, geólogo Teobaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, e do empresário Olacyr de Moraes. A cerimônia de anúncio da descoberta na Bahia contou com a participação dos diretores Herinaldo Costa, Odécio Sartoretto, Enéas Garcia e Carlos Cerri, da Itaoeste, Supervisores e Técnicos do DNPM."
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à esquerda, empresário Olacyr de Moraes, no centro o Superintendente do DNPM-Bahia, geólogo Teobaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, à direita o engenheiro Vladimir Aps
Empresário Olacyr de Moraes, superintendente do DNPM-Bahia, geólogo Teobaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, diretores da Itaoeste, supervisores e técnicos do DNPM.
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TEXTO 03:
"DNPM fará vistoria em jazida de tálio em Barreiras"
por Miriam Hermes (fonte jornal "A Tarde")
Publicado: 25/02/2011
"O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), ligado ao Ministério de Minas e Energia, ainda não comprovou as pesquisas realizadas pela empresa Itaoeste Serviços e Participações Ltda, que anunciou a descoberta de uma jazida de tálio, um metal raro no planeta, no município de Barreiras, a 858 km de Salvador.
A previsão é que uma equipe técnica do DNPM deverá fazer uma vistoria na jazida entre os meses de abril e maio deste ano e só depois é que a Itaoeste – que teve licença para realizar esta e outras 23 pesquisas minerais na Bahia desde 2005 –, poderá receber autorização para a exploração da jazida.
A reserva está estimada em mais de 60 milhões de gramas e, sozinha, poderia atender ao consumo mundial, estimado em 10 toneladas/ano durante uma década, conforme engenheiro de minas, Vladimir Aps, responsável pela descoberta. Ele informou também ser esta a primeira vez que há confirmação de tálio associado ao manganês e cobalto, na mesma mina, o que denota o ineditismo do achado no oeste baiano.
De acordo como diretor da Itaoeste, Carlos Cerri, o tálio é um metal muito valorizado no mercado mundial e esta é a terceira jazida encontrada no mundo, a China e o Cazaquistão são os únicos países que exploram o mineral. Devido sua raridade, o tálio é cotado em gramas, o preço varia próximo dos US$ 6 o grama, o que equivale a cerca de R$ 10.
A pesquisa que comprovou os metais em solo barreirense “seguiu uma rota inovadora”, segundo Cerri.
Ele disse que durante um ano pesquisadores contratados para este projeto trabalharam nos estudos hidrometalúrgicos, com ensaios em escala no Laboratório de Caracterização Tecnológica do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade de São Paulo.
Utilização Cerri explicou que o processo pós extração permitirá também a produção de sulfato de manganês, produto usado na agricultura da região onde os solos são naturalmente pobres em minerais.
Utilizado na produção de materiais de alta tecnologia, o tálio é apontado como melhor produto para contraste em exames cardiológicos por imagens. Na linha termoelétrica é usado como liga, capaz de transformar calor em eletricidade e vice-versa.
De acordo com CarlosCerri, o material tem potencial para a produção de novos produtos, dentre eles, caldeiras industriais, peças para motores de automóveis e chips de computador. O tálio também tem utilidade como elemento supercondutor, considerado o mais eficiente para transmissão de energia, com o mínimodeperdas. Pode ser aplicado na produção de equipamentos para detecção de raios gama e infravermelho."
Fonte:
http://www.jornalnovafronteira.com.br/?p=MConteudo&i=2840
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TEXTO 04:
“O Minério de Tálio em Barreiras”
por Poty Lucena
UFBA/ICADS

"Recentemente foi anunciada a descoberta de minério de tálio em Barreiras, onde o tálio está associado ao cobalto e manganês, metais que também possuem importância econômica. Seu processo de obtenção, assim como o cobalto e o manganês, possivelmente passará pelo tratamento do minério em ácido sulfúrico (H2SO4) e separação por eletrólise, o que facilita a sua obtenção em relação à separação de piritas de chumbo e zinco (PbS e ZnS).
O tálio, elemento mais pesado do grupo do boro e alumínio, é encontrado geralmente em quantidades traço em minérios de chumbo e zinco na forma de sulfetos, o que torna surpreendente a recente descoberta, pela ocorrência com manganês e cobalto em ambiente geológico continental. O tálio somente é encontrado associado ao manganês em depósitos oceânicos.
Sua produção mundial na década de 90 alcançou 14,5 toneladas e reduziu 33% no período de 1995 a 2009. O tálio é um metal relativamente raro e muito mole podendo ser cortado com uma faca. Seus compostos são muito tóxicos e foram amplamente utilizados como veneno para ratos e formigas, tendo seu uso para este fim banido na década de 70 após uma série de acidentes. Devido ao seu alto poder de morte, o tálio foi apelidado de “veneno dos venenos”. Seu isótopo radioativo é utilizado em tratamentos médicos nucleares.
Os compostos de tálio apresentam uma característica especial que permite sua utilização em fins nobres na indústria eletrônica e na fabricação de lentes especiais. Eles possuem uma alta sensibilidade à radiação infravermelha, o que torna seus compostos essenciais na fabricação de materiais óticos e eletrônicos para radiação infravermelha. O tálio tem sido utilizado para fabricação de lentes de alto índice de refração e participa da fabricação de dispositivos conhecidos como cintiladores, que amplificam o sinal de diversos fenômenos eletromagnéticos convertendo-os a pulsos de luz. Metal de propriedades nobres, o tálio tem sido associado a outros materiais para pesquisa em supercondutores à temperatura ambiente, imagem de ressonância nuclear, armazenamento de energia, entre outros.
Sem dúvida é uma grande descoberta para a geologia e mineração mundial e Barreiras, possivelmente, ficará com os royalties e impostos da extração do minério. Dependendo da composição do minério, a separação do tálio será um processo derivado de uma cadeia maior da separação do manganês, amplamente utilizado na indústria siderúrgica, o que requer um parque industrial desenvolvido. O metal isolado é cotado a seis dólares o grama. Talvez também ficaremos, se não tomarmos medidas responsáveis, com o passivo ambiental da extração do minério."
Fonte: http://www.zda.com.br/
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Nossas Origens Cósmicas"... por Ricardo Chequer Chemas...


por Ricardo Chequer Chemas
...para Alanna de Ranagar
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Esta é uma conversa noturna, à beira de uma fogueira, que agora apenas começamos. Gosto de pensar que os meus interlocutores são de dois tipos: crianças e adolescentes, de verdade; e as crianças e os adolescentes que ainda habitam dentro de todos nós, inclusive dentro de mim mesmo.
Então, vamos contar uma história.
Para entender a nós mesmos e o mundo, de verdade, numa perspectiva cósmica, necessitamos primeiro ter a coragem de largar para trás o conceito coletivo (comum) de realidade: compartilhada, cotidiana, rotineira. O dia-a-dia dos telejornais e das telenovelas deve ser esquecido, temporariamente abandonado.
Precisamos ir buscar, de verdade, nossas origens cósmicas, não importa o quão remotas nos confins do espaço-tempo, nas malhas desta trama de que somos entretecidos, todos nós, das orquídeas até às estrelas.
Devemos ignorar, por alguns momentos, o nosso finito e limitado eu individual, com sua pequena linha do tempo medindo apenas meros e fugazes setenta anos de vida (em média), comparada à extensa e quase infinita duração da história universal.
Mergulhamos assim vertiginosamente de volta, às nossas próprias origens, perdidas na
escuridão da noite primordial.
Viajamos, a partir de agora, até o começo do Cosmos. Recuamos para trás no tempo, voltando a ser como peixes ou embriões, nadando livres e eternos no líquido amniótico do útero e do próprio espaço-tempo.
Voltamos ao instante do big bang, da grande explosão inicial, aonde toda a viagem cósmica se inicia. Lá longe, há cerca de treze bilhões de anos, um pequeno ovo de luz, do tamanho de uma semente de mostarda, explode espetacularmente, e se expande em seguida.
Enquanto se expande, a esfera crescente de luz esfria, formando gigantescas gotas de hidrogênio quase puro, largando como rastro coagulado uma enormidade de galáxias formadas de centenas de bilhões de estrelas gigantes, azuis, que nascem, vivem e morrem rapidamente como supergigantes vermelhas. Das suas cinzas ejetadas de volta ao espaço se formam então novas gerações de estrelas, todas filhas da grande nuvem inicial de hidrogênio (H, o elemento mais simples, formado apenas de um próton e um électron).
O hidrogênio agora, por sua vez, já está sendo cozido e transformado, no interior das
estrelas, por adição, primeiro em hélio e depois (também por adição ou fusão nuclear a partir deste segundo elemento), em elementos mais pesados e complexos, tais como o lítio, o nitrogênio, o oxigênio e o carbono.
Há também o grupo do ferro, formado em fases posteriores de velhas estrelas, e, quando uma estrela grande o suficiente, como uma supernova, explode, metais pesados e preciosos, tais como o Chumbo, o Cobre, o Ouro, o Mercúrio, a Platina, e também os elementos radioativos pesados, a exemplo do Urânio e do Tório, formam-se abundantemente.
Em verdade, todos os átomos da matéria que compõe os nossos corpos são forjados no coração das estrelas. Assim, o carbono em nossos corpos de mamíferos, o cálcio e o fósforo do esqueleto e dos dentes, o nitrogênio das proteínas, todos têm origem estelar. Somos feitos, de fato, da mesma matéria que plasma as estrelas.
E assim o Cosmos surge materialmente, desdobrando-se progressivamente por inteiro.
À medida que os sóis giram, em órbitas elegantes e elípticas, outras esferas agrupadas em órbitas distintas giram também em torno destas mesmas estrelas, corpos frios e sem luz própria, agrupadas pela força coesiva da gravidade (que faz com que matéria simplesmente atraia ainda mais matéria para um centro), cada um destes planetas sendo em si mesmos mundos inteiros, vastos em continentes, vales, crateras e estranhos mares ignotos.

Em alguns destes mundos, como no planeta Terra, cascas de matéria viva, biosferas de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre (listados aqui em ordem
decrescente de suas abundâncias relativas nos corpos vivos), formam-se em suas superfícies aquosas, oceânicas.
Há cerca de quatro bilhões e meio de anos (aproximadamente), átomos, instigados pela radiação ultravioleta do Sol e dos relâmpagos (pois desabam sobre o planeta, nesta época, tempestades gigantescas), juntam-se em moléculas, colares sofisticados de átomos interligados em cadeias, e posteriormente em moléculas auto-reprodutoras ou replicadoras, as quais por sua vez se associam em estruturas esféricas, futuras bactérias e ainda mais futuros seres unicelulares, protozoários de vida livre, como os nossos ancestrais, os coanoflagelados.
Aparece depois a multiplicidade celular nos mares, com os poríferos (esponjas), verdadeiras colônias de protozoários coanoflagelados, e o sistema nervoso e o movimento com os cnidários (medusas e hidras). Em vastos e remotos oceanos, na aurora da existência deste mundo, vagam multidões de criaturas, organizações locais feitas da mesma água do mar que os cerca, curiosos seres gelatinosos de protoplasma, construídos numa sólida base de carbono, nadando em estonteante e multicolorida variedade.
Estranhos trilobitas se arrastam pelo fundo de mares exóticos, peculiares, povoados de escorpiões marinhos imensos, esponjas convolutas e outros vários e posteriormente
extintos invertebrados, anatomicamente sofisticados e múltiplos. Surgem os equinodermas (estrelas-do-mar, ouriços-do-mar e pepinos-do-mar), dotados de simetria radial e não bilateral como a nossa, e os nossos ancestrais cordados, providos de notocorda, o modelo cartilaginoso da futura coluna vertebral que emprestará o seu nome aos vertebrados, a exemplo das ascídeas, do balanoglosso e do venerável anfioxo, que ainda estará habitando as praias no século XXI, um ancião de mais de seiscentos milhões de anos.
Libélulas gigantes, com quase um metro de comprimento, voam por sobre pântanos fumegantes. Peixes estranhos arquejam, se arrastam para fora da água e arfam por mais oxigênio, porém um pequeno grupo consegue sobreviver no espaço e no tempo entre as poças de água, a ponto de se adaptarem a permanecer por muito mais tempo em terra
seca, e trocam assim a água pela terra, desenvolvendo na transição artifícios especiais de adaptação à escassez temporária de água.
No caso limite dos répteis, tais artifícios são: a pele impermeável, a qual impede a perda de água pela superfície do corpo, o ovo com casca (que transporta dentro de si o charco original “empacotado” inteligentemente), e a excreção de nitrogênio pela urina sob a forma de ácido úrico (em estado de pasta cristalina quase seca), ao contrário do que ocorre no caso dos anfíbios, providos de abundante urina líquida. O nitrogênio excretado é originado como resíduo do metabolismo das proteínas nos organismos.
As coloridas salamandras, os espetaculares tritões, as ágeis rãs, os versáteis e plásticos sapos e as vermiformes cecílias, como adultos excretam o nitrogênio sob a forma de uréia, dissolvida em grande quantidade de água, e como larvas excretam amônia (que necessita de quantidades maiores ainda de água para ser dissolvida que a uréia, devido a sua alta toxicidade).
Com o olhar pasmo e maravilhado, assistimos agora à invasão e conquista da terra seca.
À medida que os séculos, como numa viagem alucinada por infinitos espaços métricos, desfilam vertiginosamente, a casca esverdeada da biosfera terrestre conserva sempre a
mesma massa total, porém cresce exponencialmente em diversidade e, conseqüentemente, em complexidade.
Criaturas sofisticadas invadem agora os continentes, primeiro as bactérias, os fungos, as plantas, (máquinas espetaculares que transformam energia solar, na forma de luz, em água e gás carbônico em açúcar), depois animais invertebrados, e, finalmente, os vertebrados, todos aprendendo antes a economizar e armazenar a água, o líquido da vida, evitando assim o risco de desidratação, no continente seco uma constante ameaça.
Desta forma, sendo precedidos pelos mestres da adaptação às condições ambientais
variáveis - os transicionais e fenotípicamente plásticos anfíbios -, os escamosos répteis conquistam definitivamente o continente seco.
Hordas de dinossauros, crocodilos gigantes, imensos e incríveis lagartos povoam este luxuriante mundo, quase uniformemente tropical por muitos milhões de anos. O oceano
também fervilha, tantas e variadas as criaturas escamosas que o povoavam, a exemplo dos ictiosáurios, verdadeiros delfins de pesadelo, e dos mosasáurios, horrendos monstros marinhos descendentes do mesmo grupo de lagartos ao qual pertencem os Dragões de Komodo de hoje, os varanídeos. Os ares são cortados, a todo o momento, por assombrosos dragões alados e outros seres, os pterodáctilos, e por último, os recém-evoluídos dinossauros aviformes, e que agora passam a ser chamados de pássaros.
Na escuridão das florestas, fugindo e sobrevivendo aos terríveis dragões escamosos, que durante a noite dormem pesadamente, os mamíferos, descendentes dos répteis, desenvolvem a imaginação a partir da hipertrofia dos sentidos da audição e do olfato
(já que a visão diminui bastante o seu alcance e resolução, à noite, especialmente nas noites muito escuras, sem lua). Assim, surge admiravelmente o intelecto, como um
desdobramento evolutivo natural da nossa habilidade em cheirar o mundo exterior.
O controle interno da temperatura se desenvolve nesta mesma época, a partir dos répteis semelhantes aos mamíferos, elevando a taxa metabólica e libertando os mamíferos da dependência solar como fonte direta principal de energia, manifestada pelos répteis.
Paralelamente, os dinossauros também desenvolveram controle interno da temperatura
corporal, assim como as aves, descendentes daqueles.
Durante muitos milhões de anos, os dragões reinaram, soberanos. Até que num dia terrível, uma coisa verdadeiramente horrenda acontece. O mundo, literalmente, acaba. Um meteoro gigante, um planetesimal, do tamanho de dez montes Everest, cai na Terra, na baía do México, vindo das profundezas do espaço. A Terra, abalada como conseqüência por terríveis tsunamis e maremotos, e terríveis chuvas que queimam como fogo, feitas de ácido sulfúrico, foi blindada da radiação solar por uma cortina de espessas nuvens, gerando assim um forte efeito estufa, à semelhança do que hoje ocorre no vizinho planeta Vênus.
Tais acidentes acontecem de vez em quando na enorme, imensa história da vida, e várias extinções horrendas já quase varreram toda a vida do planeta em outras ocasiões. Esta última vez, ocorrida no período Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos, não é exceção: todos os dinossauros morrem, e repentinamente os nichos ecológicos se esvaziam para dar lugar, em seguida, às diversas e sofisticadas doze ordens de mamíferos que rapidamente evoluem, em leque, preenchendo os lugares e papéis dos antigos e temíveis lagartos, na terra, na água e no ar.
Dos mamíferos insetívoros, semelhantes ao atual mussaranho, evoluíram os diferentes
grupos, dos opossuns ou sariguês, aos primatas, ou mamíferos adaptados à vida nas árvores, criaturas ágeis, inteligentes e curiosas. Posteriormente, com o fim das florestas na pré-história mais recente, desceram das árvores, perderam a cauda e tiveram as mãos (já providas de polegares oponentes) livres para manipular a natureza mais eficientemente, criando ferramentas, armas e outros instrumentos tecnológicos.
Após inventar a escrita, a música e a matemática, e criar civilizações sofisticadas,
assumindo parcialmente o controle das condições físicas do ambiente exterior (e as transformando), os recém-chegados hominídeos (ou macacos-sem-pêlo) singram a terra, os mares, rios e o ar em exóticos e elaborados veículos de transporte.
Até que um dia, aqueles átomos de hidrogênio que se originaram lá atrás, há treze e meio bilhões de anos, finalmente atingem a maturidade no seu desenvolvimento e então decidem retornar para as estrelas, de onde um dia partiram.
E esta é a sua, a minha, e a nossa história, e nela somos apenas a ponta de uma imensa cadeia de formas de vida interligadas, uma corrente infinita de criaturas em sucessão vertiginosa, ininterrupta desde o amanhecer do tempo e da vida sobre a Terra.
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(Ricardo Chemas, 53 anos, nascido em São Paulo e residente em Salvador, é médico,
compositor erudito e neurocientista).
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Terremotos em Serrolândia

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TERREMOTO 1
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Em 13 de junho de 2010:
"Moradores do município de Serrolândia, no centro-norte do estado, relatam a ocorrência de um tremor de terra de baixa intensidade neste domingo (13), por volta das 22h. O presidente da Câmara Municipal, vereador Ademilson Araujo, conta que estava em casa com a família quando ouviram um estrondo no telhado que durou em torno de três segundos. “Pensei que o telhado estava vindo abaixo”, disse. Assustados, ele e família saíram rápidos da residência e pela manha constataram varias rachaduras no forro de gesso. Segundo Ademilson, pequenos estalos se seguiram minutos depois com menor intensidade. Nesta segunda-feira (14), o vereador encaminhou o relato para o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília – UnB, que ainda não respondeu sobre a magnitude do abalo."
Informações do Serrolândia Notícias.

Fonte:
http://www.cidadesolnoticias.com/2010/06/serrolandia-moradores-relatam-tremor-de.html

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Terremotos em Guaratinga

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"Tremores de terra sem explicação assustam agricultores na Bahia"

16.04.2010 - Tremores de terra de magnitude 2 na Escala Richter assustaram moradores numa propriedade rural situada em Guaratinga (699 km de Salvador), no extremo sul da Bahia. De acordo com os agricultores da região o fenômeno vem ocorrendo há duas semanas. "O pior tremor foi na madrugada de quarta-feira. Antes, sempre ocorre um estrondo forte, meio abafado. Até os animais ficam correndo de um lado para o outro", afirmou Jardimiro Silva Rocha, morador da comunidade.
O secretário de Meio Ambiente de Guaratinga, Justiniano Neto, informou que já esteve nos locais onde vêm ocorrendo os fenômenos e que pediu para que as pessoas da fazenda deixem suas casas. "Os abalos são pequenos, pelo que foi relatado, não há com o que se preocupar por enquanto", disse o sismólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Adérson Farias.
Outros tremores
No mês passado o município de Mutuípe (254 km de Salvador) também sofreu tremores de terra. Não houve vítimas, mas esta foi a quarta vez que o fenômeno foi registrado na região. Em outubro, novembro e dezembro de 2005, a população já havia sentido a terra tremer.

Fonte: Terra noticias
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"Bahia assina termo de cooperação com o Ibram"

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"A Bahia virou parceira do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) para o desenvolvimento de atividades do Cadastro Nacional de Museus. O Termo de Cooperação Técnica passa a vigorar na atual gestão da Secretaria de Cultura da Bahia, que tem à frente o secretário Albino Rubim.
O documento estabelece cooperação mútua voltada para o desenvolvimento de políticas públicas para o setor museológico da Bahia e o intercâmbio permanente de informações sobre os museus baianos. A parceria inclui ainda a promoção de seminários, cursos, encontros, debates e palestras, assim como a execução de pesquisas em conjunto e de reuniões técnicas para a análise dos estudos elaborados.
O Ibram já possui convênios semelhantes com os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. A expectativa é de que, em breve, São Paulo também firme Termo de Cooperação com esse objetivo."
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Fonte: Assessoria de Comunicação, Ibram/MinC
Data de Publicação: 27/01/2011
Publicado em:

http://www1.museus.gov.br/IBRAM/PAG/noticia_detalhe.asp?cn=254
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