segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CBPM lança livro no 45º Congresso Brasileiro de Geologia - CBG


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Foi realizado no período de 26 de setembro a 01 de outubro de 2010, em Belém, no Estado do Pará, o 45º Congresso Brasileiro de Geologia, que teve como tema “Desenvolvimento e Mudanças Globais: A importância das Geociências”.
O objetivo principal do evento foi promover a divulgação e o debate do estado da arte das diversas áreas do conhecimento geocientífico do Brasil entre estudantes, profissionais de diversos segmentos, incluindo pesquisadores, professores e representantes de empresas governamentais, gestores públicos, empresários do setor mineral, petrolífero e de recursos hídricos, além de organizações não governamentais.
O evento contou com um espaço para discussões de natureza política, social e econômica pertinentes à área, além de constituir um excelente local para divulgação empresarial de produtos e serviços afins e realização de negócios e contatos, que resultarão no estabelecimento de novos parceiros.
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral-CBPM esteve presente no 45º CBG, representada pelo Diretor Administrativo Financeiro, Vinicius Neves Almeida, o Gerente de Publicações, Jorge Eduardo Maron, os geólogos Raymundo Wilson Silva, Antônio Marcos Moraes, Helio Azevedo, Kalina Alves, Alberto Moreira, Erison Tiano e o técnico em mineração, Antônio Rocha Vieira.
A empresa teve a oportunidade de apresentar para o público, através de seus produtos, informações técnicas e econômicas dos trabalhos desenvolvidos atualmente, com lançamentos de diversas novas publicações, entre elas o volume nº34 da Série Arquivos Abertos, intitulado “A Ilmenita de Rio de Campo Apa do Pratigi” e o mais recente volume da Série Publicações Especiais, intitulado “ A História Geológica da Bahia. No estande foi oferecido ao público também o Folder Institucional, o Folder de Oportunidades Minerais e Levantamentos Aerogeofísicos, além do CDs sobre a Avaliação das Potencialidades Minerais das Regiões Econômicas 06 (Nordeste), 11 (Irecê) e o 15(Oeste).

Lançado livro inédito sobre a História Geológica baiana

Durante o 45º Congresso Brasileiro de Geologia foi lançado o livro a História Geológica da Bahia, do autor e geólogo Rubens Antonio. O livro é a oitava publicação da Série Publicações Especiais da CBPM, sendo fruto de uma integração sintética que agrega cerca de cinco décadas de esforços para o entendimento da nossa História Geológica.
Diretor Técnico da CPRM, Manoel Barreto, com o autor.

Trata-se de um projeto abraçado e referenciado pela Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), pelo Serviço Geológico do Brasil-CPRM e pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral-CBPM, que, segundo o Diretor Técnico Rafael Avena Neto, “tem procurado ampliar e aprofundar a divulgação do estado de arte do conhecimento atual dos terrenos baianos, materializado pela disponibilização de diversas publicações técnicas”.
O diretor Avena acrescenta que serão lançados, ainda este ano, duas importantes publicações, A Geologia da Bahia e A Geofísica no Estado da Bahia, este último contendo um CD-ROM com um banco de dados de todos os trabalhos desenvolvidos, através dessa ferramenta, no território baiano”.
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Para baixar a publicação, em pdf:
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http://www.4shared.com/document/1lrCo1io/Historia_Geologica_da_Bahia.html
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Ou
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http://www.4shared.com/document/chuuqyP-/Historia_Geologica_da_Bahia_re.html
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segunda-feira, 19 de julho de 2010

“A produção garimpeira em Brotas de Macaúbas.”

SILVA FILHO, Rubens Antonio. “A produção garimpeira em Brotas de Macaúbas.” Salvador (Bahia): Coordenação de Mineração – Comin – Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração – SICM – Bahia, setembro de 2008.
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Olderico Barreto - Presidente da Cooperativa Agromineral Sem Fronteiras – CASEF - Brotas de Macaúbas, com quartzos hialino e rutilado.
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O MUNICÍPIO DE BROTAS DE MACAÚBAS

O Município de Brotas de Macaúbas está situado na microrregião da Chapada Diamantina, distando 590 quilômetros de Salvador. O acesso é através da BR-242, que, a partir do entroncamento, dista 42 quilômetros da sede do município. Possui área de 2.372,64 km2, sendo dominado por um clima semi-árido e seco a sub-úmido, com temperatura mínima média em torno de 16°c, a máxima média em torno do 35°c, ficando a média geral em torno de 20°c. Seu período chuvoso estende-se de Novembro a Março, atingindo a pluviosidade anual média de 723 mm, com mínimos de até 309 mm e máximas de até 1593 mm.
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Sua população é estimada em 11.427 habitantes, conduzindo a uma densidade de 4,82 habitantes por km², com 9.631 eleitores cadastrados vinculados ao município. (SEI, 2006)
Em termos de infraestrutura, aspectos básicos são contemplados. Dispõe de uma agência de banco privado, do Bradesco, e um posto de banco estatal, do Banco do Brasil. Entretanto, o posto não mostra funcionamento corrente, devendo os interessados dirigir-se ao município vizinho de Ipupiara.
De acordo com a JUCEB, o Município de Brotas de Macaúbas possui 15 indústrias, ocupando o 126º lugar na posição geral do Estado da Bahia, e 172 estabelecimentos comerciais, o que o coloca na 195ª posição dentre os municípios baianos.
O consumo elétrico residencial médio é de 55,22 Kwh por habitante, o que a coloca no como 301º no ranking baiano.
Possui uma pousada com cerca de 20 vagas e algumas pequenas hospedagens, dispondo o seu parque hoteleiro total de estimados 73 leitos.
Dispõe de um hospital privado conveniado ao Sistema Único de Saúde - SUS, atendendo emergências básicas, dispondo de 19 leitos.
Em termos de estabelecimentos educacionais, há 59 infantis, 79 de ensino fundamental, 2 de ensino médio.
Tem como destaque agrícola 200 hectares de plantações de feijão e 100 hectares de plantações de cana-de-açúcar. Destacam-se também na Produção Agrícola, embora em quantidades menores, banana, arroz, coco e manga.
Seus rebanhos atingem 12.600 cabeças de gado, 1.420 suínos e 3.000 ovinos. 460 cabeças de vacas leiteiras. 18.000 galinhas produzem 90 mil dúzias de ovos por ano. Além disso, há destaque para a apicultura, que produz 10.000 kg de mel por ano.
Suas ocorrências minerais já anotadas são amianto, barita, cobre, cristal de rocha, diamante, ferro, manganês, ouro, quartzito, mármore.
O Produto Interno Bruto do Município fica em torno de R$ 26.852.000,00, conforme o IBGE/2005, chegando-se a um per capita de R$ 2.325,00.
Em termos de doenças transmissíveis de notificação obrigatória, foram registrados, em 2005, 3 casos de hanseníase.
Os municípios localizados na micro-região garimpeira de Brotas de Macaúbas são considerados por alguns estudos dentre os mais pobres do Estado da Bahia. São basicamente Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos, Ipupiara e Gentio do Ouro.
Seus Índices de Desenvolvimento Humano – IDH exibem o problema vivenciado por esses municípios, dentre os quais somente Ipupiara apresenta um índice razoável.
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Município - IDH
Brotas de Macaúbas - 0,628
Oliveira dos Brejinhos - 0,648
Ipupiara - 0,670
Gentio do Ouro - 0,575
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O QUARTZO NA BAHIA

O Anuário Mineral do Brasil – 2006, do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM revela a existência de reservas inferidas de 1.213.050 toneladas, locadas tão somente no Município de Capim Grosso.
Este valor revela uma queda em relação às expectativas anteriores. O Quartzo da Bahia aparece, no Anuário Mineral Brasileiro – 1998 do DNPM, anotado em mais municípios e em volume bem maior.
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A produção baiana de Quartzo em 2005 atingiu 15.253 toneladas de minério bruto, cotada a R$ 19,58 por toneladas. (DNPM, 2006)
Entretanto, essa produção é praticamente dominada pelos garimpeiros, o que torna o controle de quatitativos extremamente dificultada.
No Brasil, em 2007, praticamente não houve consumo de lascas para crescimento de cristal sintético. Daí a produção ter de buscar mercado consumidor no exterior.
Em 2006, as exportações brasileiras de quartzo atingiram o montante de 22.561 t, para um correspondente valor em divisas de US$ FOB 4.901.000. O destino dos bens primários de quartzo exportados foi: Espanha (31,6%), Japão (13,7%), Israel (10,4%), Itália (7,7%), Bélgica (6,8%), Chile (5,2%) e Estados Unidos da América (4%).
O Quartzo beneficiado, ainda que a nível primário, aponta como sítio de maior possibilidade de venda local a Cidade de Lençóis. é um caminho para a vontade de ampliação de oferta de produtos lapidados, artesanato mineral e adorno mineral.
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OS GARIMPOS

O Município de Brotas de Macaúbas dispõem de intensa atividade baseada especialmente no garimpo de Quartzo, com origens assentadas na década de 1930. Desde então passou-se a explorar e explotar suas variedades verificadas que são Quartzo hialino, Quartzo leitoso, Quartzo fumê e Quartzo fumê rutilado.
A produção sempre foi reconhecidamente de vulto, entretanto, de dimensionamento altamente problemático.
Seus estimados cerca de 200 pontos de garimpos distribuídos no município, todos voltados para a produção dessas variedades de Quartzo, não mostram registros de produção confiáveis.
As estimativas são feitas por amostragem, ainda assim, em atitudes isoladas e sem qualquer indicador mais objetivo.

A COOPERATIVA AGROMINERAL SEM-FRONTEIRAS – CASEF

Visando agregar a mão de obra garimpeira, normalizando a sua conduta, procurando colocar a produção em um caminho de regularização e melhoria, surgiu a Cooperativa Agromineral Sem-Fronteiras – CASEF. Esta passou a agregar praticamente todos os garimpos e garimpeiros do Município de Brotas de Macaúbas, além de outros dos municípios em torno.
Os garimpos em relação aos quais efetua lavra legalizada estendendo-se por Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos, Ipupiara e Gentio do Ouro, contando com associados cooperativas ligados a todos esses municípios.
Fundada em 1º de janeiro de 1990, sob a égide da Lei 7.805, materializou estatutariamente o objetivo de assegurar aos seus associados o direito de exploração e explotação dos garimpos da região, especialmente aqueles de quartzo.
O movimento de criação da CASEF recebeu apoio em vários níveis: Municipal, Estadual e Federal. Nisso contaram com ações especialmente de Prefeitura e Câmera Municipal de Brotas de Macaúbas, alguns Secretários de Estado, como também alguns deputados Estaduais e Federais.
O seu foco, a finalidade de regularizar a atividade mineira garimpeira na região, além do quantitativo de pessoal envolvido, logo envolvido, atraiu interesses políticos.
A CASEF indica que a esfera estadual tem se mostrado apenas relativamente regular nos apoios. A seqüência de prefeitos municipais se caracterizou por uma irregularidade acentuada no apoio desde a inauguração da CASEF.
O reconhecimento da CASEF como organização não governamental foi oficializado a 19 de Maio de 1996.
Desde então, recebeu apoio internacional por parte dos Governos da Bélgica e da China.
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Drusa de Quartzo - Garimpo Bojo do Ioiô - Brotas de Macaúbas

AS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

A CASEF possui uma sede própria com área construída de 744m2. Esta sede dispõe de duas edificações.
A primeira unidade é a sede propriamente dita, sendo constituída por uma edificação de 300m2. O seu objetivo primeiro era já ser o sítio da Cooperativa que se dedicasse a funcionar como escola de Lapidação, Artesanato mineral e Adorno de bijuterias. Constitui-se de:
- 03 salas administrativas
- 01 auditório
- 01 cozinha
- 01 refeitório
- 01 sala de exposições.
Possibilita a agregação, em um único instante, com relativa folga, de 60 associados. Entretanto, relatório interno indica que preservou alguma comodidade para uma quantidade de até 100 associados ao mesmo tempo.
A segunda unidade, localizada no mesmo terreno, porém distante da primeira cerca de 50 metros, é o Galpão de Produção. Este tem cerca de 160m2, sendo fundamentalmente destinado ao beneficiamento do Cristal de Rocha.
Dispõe de equipamentos operacionais constituintes normais de um núcleo de artesanato mineral funcional. O primeiro destaque é uma serra caixão, localizada operacional. A bancada de formação básica é composta por dois motores a ela dedicados, podendo assentar quatro artesão ao mesmo tempo. Na mesma linha, há dois motores para ao alisamento e dois para o polimento, cada um podendo receber dois artesão ao mesmo tempo.
Praticamente paralisado, atualmente, sua operação é mínima, atuando geralmente apenas um único artesão, envolvendo-se, em raros momentos, até quatro artesãos.
Uma bancada é dedicada à perfuração de gemas e pedras, para a eventual montagem de bijouterias. Dispõe de dispondo de 10 máquinas adquiridas por indicação da consultora Karina Achoa, que foi sugerida à CASEF pela atualmente extinta Superintendência de Geologia e Recursos Minerais - SGM.
Havendo recebido recursos de apoio chinês à CASEF, foram destinados esses à compra dessas máquinas, das quais 7 jamais funcionaram, em 10 anos. Estas chegaram inoperantes e a empresa que a consultora indicou, cujas máquinas vendeu, desapareceu, uma vez realizada a compra.
Após um período em que somente uma máquina funcionou mais duas maquinas passaram a funcionar, assim se encontrando ainda a situação. Estes problemas reduziram em muito as expectativas iniciais de produção de bijouterias pelo núcleo.
A CASEF dispõe ainda de um paiol devidamente regularizado junto ao Ministério do exército, no qual são alojados os explosivos que são utilizados nas detonações para aberturas em garimpos. Encontra-se esse paiol instalado no garimpo do Bojo Vermelho.
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OS ASSOCIADOS

A Cooperativa Agromineral Sem Fronteiras – CASEF, conta atualmente com um quadro de 645 associados.
Cooperativa Agromineral Sem Fronteiras – CASEF - Brotas de Macaúbas
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Cada associado tem direito à exploração dos garimpos administrados pela Cooperativa. Isto os coloca em situação regularizada, trabalhando em área com direitos minerários e licenças ambientais correntes. Além disto, passam a ter direito a freqüentar eventuais cursos na sede, e utilizar seus alojamentos, quando da freqüência em cursos de treinamento ou aprimoramento no local.
Estes alojamentos também são utilizados quando o associado freqüenta algum colégio regular no município.
Como deveres, os associados devem pagar uma taxa de manutenção da área de 10% da sua produção. Além disso, a revenda controlada de explosivos pela CASEF costuma a cobrar ágio de 30%, o qual é utilizado para novas aquisições e necessária manutenção do seu estoque.
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Drusa de Quartzo - Garimpo Bojo do Ioiô - Brotas de Macaúbas
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Cumprindo solicitação do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM, em 1992, foi coordenado pela CASEF um cadastramento de garimpos e garimpeiros nos municípios da sua atuação, não havendo levantamento mais recente.
Foram cadastradas 3.000 famílias em conexão direta com atividades garimpeiras, atuando numa área de aproximadamente 60.000 hectares, nos municípios de Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos, Ipupiara e Gentio do Ouro.
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OS GARIMPOS ADMINISTRADOS PELA CASEF

Atualmente, a CASEF administra e responde legalmente por garimpos distribuídos por uma área de 4 quilômetros por 13 quilômetros.
A contagem mais recente, de 2008, apontou a existência, nos municípios envolvidos de 174 garimpos sob responsabilidade da CASEF. Dentre esses destacam-se o Garimpo do Bojo Vermelho e o Garimpo Mina da Banana.
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Drusa de Quartzo - Garimpo Bojo do Ioiô - Brotas de Macaúbas
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O ACESSO

O acesso aos garimpos é feito através de estradas carroçáveis cujas condições costumam piorar em épocas de chuva mais intensa.
Rumo a alguns garimpos, apesar de em mapa parecerem próximos, inexistem, em muitos casos, estradas que ultrapassem a serra de maneira um mínimo aceitável. Isto obriga a contornos, forçando um deslocamento através de viagens de até 100 km, por tais estradas carroçáveis, até garimpos que estariam mais acessíveis se forem implantadas estradas em melhores condições .
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A PRODUÇÃO NOS GARIMPOS

Os trabalhos, durante o ano de 2008, se concentraram no Garimpo do Bojo Vermelho.
A produção se caracteriza por recursos muitos limitados, em paragens muito distantes e de acesso prejudicado pelas condições das estradas e problemas como o de manutenção dos compressores.
O domínio do minerador informal não permite que haja uma grande perspectiva de desenvolvimento local. A isto some-se que a convergência desses mineradores para a CASEF tem se revelado também apenas insuficiente para resolver os problemas. Deve-se tal fato especialmente a um regime de cobranças muito estrito da CASEF, que procura exigir o menos possível dos associados, sabendo-os de baixa a baixíssima condição financeira.
Isto posto haver constantes demandas dessa cooperativa que, apesar de justificadas e amparadas em indicadores técnicos, tiveram constantemente sinalizações desfavoráveis de apoio do Estado.
A produção de lascas de quartzo, isto é, fragmentos selecionados, é feita manualmente, produzindo peças pesando menos de 200 gramas. Esta é tão importante quanto a produção de cristais íntegros, que chegam facilmente à escala decimétrica.
Nos dois garimpos visitados, viram-se pilhas de lascas de quartzo de qualidade diversificada, marcadamente não homogênea.
Os cristais de grau eletrônico são os de elevado grau de pureza e características químicas muito específicas, sendo usados na indústria de cristais cultivados. São mais raros, com surgimento menos freqüente nestes municípios, o que conduz a uma produção esporádica. Entretanto, são encontrados.
Há uma metodologia de retirada de cristais que inclui cavas ou poços geralmente decamétricos, que dão acesso a veios. Estes são seguidos, em profundidade, produzindo-se pequenos túneis em conformidade com a conformação dos veios. O trabalho de alargamento e ruptura de áreas mais rígidas é necessariamente feito com explosivos.
Obtido o cristal, o trabalho nos sítios limita-se à limpeza do grosso do estéril, separação das unidades mais expressivas. Pode ser resumida a uma seleção relativamente grosseira do material obtido.
Uma observação é que não foi observada qualquer menção à necessidade de busca de maior capacitação tecnológica, a qual permitisse uma agregação de valor mais efetiva. As demandas circulam em torno tão somente da melhoria do acesso, que permita a chegada aos garimpos de caminhão de mais capacidade que a caminhonete atualmente utilizada.
Nessa unidade, o Garimpo do Bojo Vermelho, a produção já chegou a 105 toneladas, as quais foram todas negociadas, predominantemente com compradores chineses.
Entretanto, foram anotadas dificuldades evidentes de relacionamentos com os compradores. Conforme relatos, não é raro os garimpeiros confiarem em compradores e, em um dado momento, este não mais prestar contas de volumes expressivos de produto, resultando em prejuízos expressivos.
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TRANSPORTE

Conta, atualmente, a CASEF tão somente com um único veículo, uma caminhonete Toyota. Após ter a CASEF sua caminhonete furtada, a atual foi primeiramente emprestada e finalmente doada pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, a título de fomento às atividades da CASEF.
Este veículo apresenta capacidade de transporte de limitada, em relação à produção garimpeira, provocando redução de ritmo nos garimpos, enquanto a produção não é completamente recolhida. Esse evento é realizado, muitas vezes, em mais de uma viagem, através de longos deslocamentos, aumentando em muito o custo do cristal local.
Considerando a distância dos garimpos, o estado das estradas, e a disposição deste um único veículo, mantém-se a produção uma produção limitada, amarrada a limites bem abaixo do potencial local.
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OUTRAS DIFICULDADES

O apoio governamental, algumas vezes, conduziu a prejuízos. Cita-se o caso de recomendação, por parte de profissional indicado pelo Estado, de compra de máquinas de perfuração. As dez adqüiridas com capital oferecido pelo Governo da China Popular resultou em problemas, pois somente duas unidades funcionaram, ao longo de cerca de 10 anos. Tal prejuízo não foi jamais diretamente reposto.
O Artesanato Mineral e a Bijuteria produzidos pelos poucos artesão em operação na CASEF resultam em produtos que permanecem, geralmente, expostos no interior dessa Cooperativa. Esta, com a costumeira ausência do responsável, posto este ser também responsável pela caminhonete e pelo transporte, resulta em difícil acessibilidade aos produtos.
Além disto, ainda que seja uma produção local, não foi observado qualquer ponto-de-venda de destaque localizado no centro comercial urbano.
Dentro desse problema, o quadro de artesãos ali formados encontra-se disperso, muitas vezes migrado, deslocado dessa profissão. Apenas um único artesão permanece em trabalho ocasional e solitário na sede, podendo ser considerados, para intervalos mais espaçados, quatro artesãos que fazem uso do equipamento.
Outro problema grave é a tomada de garimpos legalmente atrelados à CASEF por terceiros, o que demanda tempo demasiado para reação legal e desalojamento dos infratores. Este evento, além de sustentar constate tensão entre os garimpeiros, faz com que a cooperativa perca uma boa parte da produção, sem que haja qualquer retorno.
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Outro artigo sobre os cristais de Brotas de Macaúbas, por Artur de la Torre:
http://museugeologicodabahia.blogspot.com/2011/04/cristales-gigantes-cristais-gigantes-em.html
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Artesanato Mineral - Campo Formoso - Bahia

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A Bahia é um destaque em termos de Artesanato Mineral.
Dentre seus pólos, o material produzido em Campo Formoso destaca-se entre os que chegam a atingir alta qualidade.
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Criança adormecida - Vitória Stones, de Campo Formoso.
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O Velho - Vitória Stones, de Campo Formoso.
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Para contatos com a empresa Vitória Stones, de Campo Formoso:
(077)8107-95-67 - (077)9123-69-97
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Réplicas... Falsificações... De olhos abertos...

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A utilização de réplicas é um recurso válido de divulgação do Conhecimento. Da réplica, instrumento válido de disseminação do Conhecimento, à falsificação, é apenas uma mera questão de modificação do destino de cada exemplar e das suas informações de origem. Assim, réplicas podem chegar muito próximas, em muitas situações, de falsificações simples, muitas vezes objetivando ludibriar não só leigos como cientistas e instituições. Na Geologia e na Paleontologia não deixam de acontecer, especialmente quando alguns buscam estender descobertas, impor visões, justificar investimentos ou vender material obtendo lucro financeiro.
Um pseudo-fóssil pode ser feito por diversão. Observe-se o exemplo abaixo:
Pseudo-fóssil produzido por diversão.

Este pode ser reconhecido como um belo pseudo-fóssil artesanal. Partiu de uma mistura de cimento com areia e pigmento até se chegar à cor desejada. Foi colocado um inseto atual sobre um papelão e, sobre esse, foi derramada a mistura. Após a secagem da mistura, o pequeno bloco foi girado e o inseto retirado. Para se criar um efeito mais realista, poderia ter sido, após este momento, aplicada tinta adeqüada, simulando diferenças mais claras entre a "rocha" e o nosso "fóssil".
Podem ser realizadas "réplicas" simples, para escolas, moldando "fósseis" a partir de "biscuit". Usa-se, portanto, meramente cola branca, amido de milho, vaselina líquida, caldo de limão e creme hidratante não gorduroso que, unidos e trabalhados, resultam em massa apropriada para modelagem. Pode-se, com isso, produzir material, especialmente em e para aulas para crianças.
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Uma espécie de "forçação" de situação aparece quando alguém possui um fóssil verdadeiro e resolve "incrementá-lo". Na imagem abaixo, um fóssil que aparece à esquerda, quando limpo, revela que a maior parte do que se via era uma pintura em tinta acrílica. À direita, após limpo, revelou-se que, abaixo, existia um fóssil real.
Fóssil real de peixe que foi "realçado" artesanalmente, "falsificando o verdadeiro".

Abaixo "ovos de dinossauros" vendidos costumeiramente na internet. Como seria de se esperar, é praticamente impossível quem comprar estar levando um produto que seha um fóssil real. estes "ovos" foram fabricados a partir de cimento, resina, tinta e pigmentos diversos.
Falsos fósseis de ovos de dinossauros.

Como estes há um quantidade impressionante de "ovos de dinossauros" à venda. Sua fonte? Em termos mundiais, no mercado "profissional" do que seriam réplicas, e acabaram se tornando rotinadas falsificações, o Marrocos e a China se tornaram as principais fontes. As vias predominantes de falsificação são aquelas resultantes de:
1) Uso de materiais reais, como ossos, dentes, embebidos em colas, resina ou qualquer material que possa ajudar a criar o pseudo-fóssil.
2) Fusão de fóssil genuíno, por colagem, com material artifical geral, que é colado, pintado, envelhecido, de maneira a simular continuidade com o fóssil genuíno.
3) Escultura simples e pintura sobre qualquer material, buscando o máximo de fidelidade possível, inclusive com elementos que indiquem problemas que fósseis originais têm, como quebras, falhas etc...
4) Uso de ossos e dentes atuais buscando imitar referências paleontológicas, após adeqüações e emendas diversas.
5)União de fósseis genuínos ou misturados a falsos, de origens diversas, em uma única situação, visando simular assembléias.
6) União de fósseis genuínos, buscando fingir novos tipos, de maneira a impressionar estudiosos. esta é a modalidade mais difundida e que rende maiores lucros atualmente. Por exemplo, ovos de dinossauros são montados a partir de exemplares diversos, sendo, muitas vezes, denunciados pelas diferenças gritantes de cores.
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Abaixo, uma coleção de réplicas de trilobitas, feitas em resina e pintadas. Para reforçar o efeito estético, foram incrustradas em material rochoso real.
Réplicas do trilobita Dicranurus monstrosus
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Na figura abaixo, um fóssil de trilobita feito completamente de resina, com os pequenos orifícios bem visíveis.
Falsificação de trilobita do gênero Drotops.
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A falsificação é revelada pelos buraquinhos esféricos na matriz ou no aparente fóssil do esqueleto de um trilobita. Esses pequenos buracos, geralmente com menos de 0,5 mm de diâmetro, são resultantes de bolhas de ar formadas quando do processo de trabalhamento manual do molde por resina.
Buraquinhos revelam falsificação.
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Falsificações assim podem ser encaixadas com maior ou menor perícia em material rochoso original, para tornar aparente ser algo verídico.
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Outro ponto de preocupação é a de profundas diferenças de cor entre a rocha matrix em que está o fóssil e esse. Deve-se atentar para buscar a coloração original da rocha matrix e observar se a cor do aparente fóssil não é mera tentativa de se esconder os buraquinhos anteriomente descritos. Marcas de trabalhamento que sugeririam aparente limpeza do fóssil podem ter sido utilizadas para camuflar emendas. Deve-se, portanto, buscar evidências de que houve adeqüação e colagem. Essa é mais facilmente revelada quando a peça é serrada, como no exemplo abaixo, em que temos um pseudo-fóssil de um Dicranurus monstrosus. O material em forma de fóssil foi produzido por moldagem e depois implantado sobre um fragmento de rocha verdadeiro. A parte inferior da colagem não resiste à revelação de ser um material falsificado.
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Falsificação de Dicranurus monstrosus

Falsificações de fósseis nem precisam ser tão elaboradas, quando o material permanecerá afastado do examinador, por exemplo, já emolduradas. Observe-se estes exemplares. São muito bonitos, entretanto, não passam de meras pinturas.
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Abaixo, para comparação, um fóssil real de um camarão:


A visão do fóssil real abaixo indica um elemento que ainda não foi eficientemente falsificado. São as pequenas rachaduras ou "crack lines" que atravessam o corpo rochoso e se estendem pelo fóssil:
Paralejurus verdadeiro, com linhas de rachadura que se estendem pela rocha e pelo fóssil.
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Um ponto de difícil falsificação, que pode ser observado nos trilobitas, é a trama de pequenas lentes que constituem os seus olhos. Abaixo, um exemplar verdadeiro, mostrando sua qualidade, um ponto que, geralmente, falsificadores abrem mão de copiar ou o fazem de maneira pouco eficiente. Resulta num produto de trama difusa, enquanto a trama original é clara e bem visível mesmo a olho nu.
Trama de lentes de olho de um Phacopina.
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A falsificação abaixo mostra claramente este ponto. Apesar de ser um belo exemplar, a rede das lentes dos olhos se foi, indicando a provável falsificação, que, neste caso, é certa.
Falsificação de um trilobita.

Além disto, também há um pequeno desgaste mostrando colagem entre o exemplar e a rocha na qual ele foi aplicado. Isto devido às naturais dificuldades de se disfarçar a resina que complementou e fixou o pseudo-fóssil.
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Se estiver diante de um fóssil e ainda tiver dúvidas, um exame que costuma desmascarar a falsificação é o submetimento do material à luz ultravioleta.
Originais mostram distribuição clara e apropriada da luz entre o fóssil e a matriz. Falsificações em que se usaram aplicações a partir de resinas mostram grandes diferenças. entretanto, deve-se ter cuidado pois há, em alguns lugares, aplicação de pastas e tintas sobre os trilobitas, de maneira a melhor preservá-los e destacá-los.
O melhor a fazer é tomar um solvente como acetona e livrar o material da sua cobertura de tinta.
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Uma outra falsificação típica e óbvia, mas que pode iludir leigos e despreparados é a da "Assembléia Fóssil". Nessa modalidade podem ser unidos exemplares verdadeiros da mesma espécie, agregados artificialmente, através de colagem, simulando uma mortandade coletiva. Também podem aparecer vários gêneros diferentes, contendo fósseis reais, porém unidos numa situação completamente artificial, indicando uma pseudo-mortandade coletiva de uma comunidade. Ou ainda, num caso também comum, podem ser agregados, por colagem, fósseis verdadeiros e falsos juntos.
pseudo-Assembléia fóssil, formada por fósseis verdadeiros e falsos.
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pseudo-Assembléia fóssil, formada somente por fósseis verdadeiros.
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pseudo-Assembléia fóssil, formada por fósseis de trilobitas verdadeiros, agregados artificialmente, e alguns falsos.
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A falsificação abaixo é muito interessante:

Revelada através de um corte, temos uma camada cinza, que é uma rocha verdadeira. Sobre ela, em cinza claro, aparece a aplicação de uma resina que complementou e fixou o "fóssil" de um "trilobita espinhoso".
O "trilobita" é um real Homalonotid, que foi complementado e colado sobre a rocha. Apara dar um "ar espinhoso" ao trilobita, foram colados os "espinhos", que são, na verdade, conchas de antigos pequenos moluscos fósseis, no caso, pequenos Orthoceras.
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A falsificação pode ser realizada a partir de um molde obtido a partir de um fóssil original, é fabricado com massa feita a partir da rocha pulverizada uma réplica. Essa é aplicada sobre a rocha original, melhorada, esculpida, mas, geralmente, um especialista poderá perceber imperfeições na reconstituição do esqueleto.
Também a escultura diretamente na rocha, portanto sem aplicações e colagem de material, pode ser realizada, de maneira a se furtar a ter que disfarçar colagens.
Disfarçando-se as emendas, aparecerá a peça pintada em cinza escuro para tentar caracterizar uma diferença que revele o fóssil. A imagem abaixo exibe uma falsificação de um Keichousaurus, que foi completamente esculpida na própria rocha.
Nesta peça aparece uma característica freqüente em falsificações chinesas. A peça foi quebrada e emendada para fingir originalidade.
Fóssil falso de Keichousaurus
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Uma diferença gritante aparece precisamente nessas emendas, que são realizadas por meio de cimento e cola.
As fraturas e emendas naturais que aparecem em fósseis naturais e são preenchidas por Calcita (CaCO3). No detalhe abaixo aparece o preenchimento artificial com cimento branco:
Fóssil falso de Keichousaurus
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Fontes:
http://paleodirect.com/
http://www.fossilmuseum.net/
http://www.wikihow.com/
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Universidade UCG descobre fósseis no interior da Bahia


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Universidade UCG descobre fósseis no interior da Bahia
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- Durante mais de cinco anos uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do Instituto do Trópico Subúmido, da Universidade Católica de Goiás, vem desenvolvendo uma série de projetos científicos no vale do Rio Corrente, afluente do São Francisco, no oeste da Bahia. São variados projetos que englobam estudos de etno-musicologia, hidrologia, botânica, genética, zoologia, arqueologia e paleontologia, dentre outros. Após estes anos, a equipe de Paleontologia e Arqueologia tem feito descobertas importantes, que muito podem acrescentar ao estudo do passado do Brasil, tanto no que se refere à flora e à fauna como ao povoamento humano.
De acordo com o professor doutor Altair Sales Barbosa, do ITS/UCG e que integra a equipe, as pesquisas na região recebem o incentivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), UCG e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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Flora antiga
No povoado de Barriguda, município de Jaborandi, a equipe descobriu um enorme jazimento fossilífero com uma grande quantidade de fósseis vegetais, encontrados em estratigrafia diferenciada, oscilando entre aproximadamente 15 milhões de anos a 11 mil anos antes do presente. São fósseis de numerosas espécies vegetais, onde se destacam desde as calamitas, antigas tabocas, até samambaias e plantas recentes.
O jazimento foi se formando ao longo do tempo, desde o final do Terciário até a época recente, em função de um antigo desabamento do teto de uma grande caverna de calcário; esse acidente proporcionou a formação de uma dolina e mais tarde de um grande lago que, paulatinamente, foi sendo inundado por sedimentos e carbonato de cálcio, preservando fósseis vegetais de idades diferenciadas, ou seja, formados em estágios diferentes.
Há imensas grutas na região, algumas com rios e lagos subterrâneos. Na gruta do Padre, no município de Santana dos Brejos, chega a medir 54 km de extensão. Ainda hoje, há pequenos tremores de terra, que assustam os moradores locais e são causados por acomodações ou desabamentos de tetos de grutas antigas.
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Fósseis animais
Os fósseis animais foram todos encontrados no interior de grutas calcáreas profundas; são animais de várias espécies que, no momento, estão sendo identificados.
O mais comum se assemelha com uma espécie de Cateto, que na realidade é um Tayasuidae, família à qual pertencem esses animais, mas difere dos catetos atuais, principalmente pela anatomia craniana.
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Ocupação humana
Os elementos sobre a ocupação humana, de acordo com a equipe, espelham uma riqueza imensurável de material e informações, que vão desde imensos cemitérios, com urnas funerárias, a sítios arqueológicos de horticultores indígenas de pelo menos duas tradições, Aratu e Tupiguarani, e sítios arqueológicos de grupos caçadores e coletores, tanto sítios de exploração de matéria-prima e confecção de instrumentos, como sítios de habitação. "O interessante é que há sítios de habitação ao ar livre dessas populações de caçadores e coletores, o que significa que já conheciam a tecnologia de confecção de abrigos artificiais", destacou Altair Sales. Todos esses sítios têm abundante material lascado.
.Altair Sales Barbosa
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Há também vários abrigos com vestígios de ocupação humana, como cerâmica e material lítico na superfície e outros materiais nas camadas inferiores. Há ainda nas paredes dos abrigos variedade de pinturas rupestres, pertencentes à Tradição São Francisco.
Entretanto, a mais importante descoberta se refere a uma ponta de projétil (ponta de lança acanalada), semelhante às pontas antigas dos primeiros habitantes da América do Norte. A descoberta desta ponta, associada com raspadores (lesmas), reacende ainda mais as recentes discussões acerca da antigüidade do Homem na América do Sul. A professora Betty Meggers, juntamente com o arqueólogo americano, prof. Stanford, baseados em evidências fragmentadas destas pontas na América do Sul, já estão propondo, juntamente com a professora Niéde Guidón, a realização de um seminário, com vários especialistas, para discutir o assunto da antiguidade e as origens dos primeiros povoadores humanos da América do Sul.
A grande coincidência do fato, conforme relata Altair Sales, é que 15 dias antes de sair a campo havia recebido um e-mail do professora Betty Meggers, comentando o fato. Em resposta, afirmou que "há cinco anos estávamos estudando um local, onde desconfiávamos que, a qualquer momento, poderíamos descobrir as referidas pontas, fato que aconteceu no último trabalho realizado, entre dezembro e 15 de janeiro deste ano".
Anteriormente, como em Serranópolis, sudoeste de Goiás, por exemplo, "havíamos encontrado sinais da contemporaneidade de pontas com as lesmas (instrumentos lascados ou raspadores plano-convexos), mas as pontas eram protótipos feitos em arenito friável", disse. "A descoberta de uma ponta intacta acanalada e associada com as lesmas (instrumento de pedra-lascada) vem acrescentar um dado importante, até então ausente na Arqueologia Sulamericana", completou.
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Matéria publicada a 25/01/2006
Fonte:
http://www2.ucg.br/flash/Flash2006/Janeiro06/060125its.html
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Blog de Altair Sales Barbosa:
http://altairsalesbarbosa.blogspot.com/
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Samuel Allport e seus estudos na Bahia.

Samuel Allport
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Samuel Allport nasceu em 23 de janeiro de 1816, em Birmingham, Inglaterra.
Tornou-se um reconhecido petrologista, acabou vindo residir por um curto período em Salvador, Bahia, realizando observações sobre nossa Geologia e buscando nossos fósseis. O resultado dos seus trabalhos, realizados em 1959, apareceu publicado no boletim da Geological Society, em Londres, 1860 (*1). Suas referências são:
Esse trabalho é reconhecido por autores como Milhomem, Maman, Oliveira, Carvalho e Souza-Lima (2003)(*2), indicando que "a bacia do Recôncavo apresenta um registro fossilífero relativamente diversificado, que inclui ostracodes, palinomorfos, foraminíferos, conchostráceos, bivalves e gastrópodes, além de restos vegetais, como âmbar, troncos silicificados de coníferas, e vertebrados. Os primeiros fósseis descritos consistiam em moluscos bivalves, escamas e fragmentos ósseos do peixe Lepidotes, ossos de crocodilianos e supostas vértebras de dinossauros, coletados em 1859 por Samuel Allport nas vizinhanças de Salvador."
Efetivamente, o Lepidotes é um dos fósseis referenciais do Recôncavo, tendo existido, nessa Bacia, contemporaneamente aos dinossauros.
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Lepidotes roxoi - Peixe fóssil - Bacia do Recôncavo.
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Samuel Allport faleceu em 7 de julho de 1897.
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Do seu trabalho:
"On referring to a map of Bahia, it will be seen that a line of hills runs from the Point of St. Antonio in a north-easterly direction. They form for some distance steep rocky cliffs, skirting the Bay, and continue in the same direction for several miles. They also form the seaward exposed edge of an elevated range of country, and present a steep slope to the N.W.; and are everywhere covered by red loam or sand, except where exposed to the action of the sea. These are gneissose rocks, usually exhibiting distinct lines of stratification or foliation, but not unfrequently passing into amorphous masses (see Map, fig. 1).
The direction of the general line of upheaval clearly coincides with that of the above range of hills, being N.E. and S.W.; the dip of the gneiss, where it can be well made out, being always to the N.W.
In Itapagipe Bay, near Cabrito, there is a white sandstone, interstratified with shale, the dip of which is also to the N.W. It forms a low hill, running nearly parallel with the gneiss hills, at a distance from the latter of three or four hundred yards in the direction of the dip (fig. 2). No organic remains have yet been discovered here; but this deposit has not been carefully examined.
At a distance of about two miles from the gneissose range, and running parallel with it, is the isolated hill of Montserrate (see Map, fig. 1), which extends for nearly a mile.
" (*1)
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(*1) - ALLPORT, Samuel. "On the Discovery of some Fossil Remains near Bahia in South America." Londres (Inglaterra): Geological Society, Quarterly Journal of the Geological Society (j), v. 16, n.1-2, p. 263-266, 1860.
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(*2) - MILHOMEM, Paulo da Silva; MAMAN, Eduardo Jorgens de; OLIVEIRA, Flavio Miranda de; CARVALHO, Marise Sardenberg Salgado de; SOUZA-LIMA, Wagner. “Bacias sedimentares brasileiras - Bacia do Recôncavo .” Fundação Paleontológica Phoenix, Phoenix (r), ano 5, n.51, março de 2003.
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sábado, 9 de janeiro de 2010

"A história geológica de Abrolhos", por Eduardo Geraque

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Publicado em 4/9/2003
Por Eduardo Geraque
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"Agência FAPESP - Em tempos de mudanças climáticas globais, entender a história evolutiva de determinada planície costeira da Terra pode gerar uma ferramenta ambiental essencial para o futuro. Ainda mais se ela contém populações humanas, recifes de corais e uma alta biodiversidade marinha.
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Com base nesse pensamento, um grupo de cientistas brasileiros, liderado por Ana Andrade, do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus (BA), resolveu investigar o comportamento geológico da planície costeira de Caravelas, localizada no sul da Bahia, entre os rios Mucuri (ao sul) e Jequitinhonha (ao norte).
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Os pesquisadores se detiveram no Período Quaternário, que, segundo a Escala do Tempo Geológico começou há 1,6 milhões de anos e dura até os dias atuais. O estudo Quaternary evolution of the Caravelas strandplain – Southern Bahia State – Brazil está publicado na edição corrente dos Anais da Academia Brasileira de Ciências, que pode ser consultado no endereço eletrônico http://www.scielo.br.
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No caso específico do processo evolutivo de formação dos corais do sul da Bahia - Abrolhos, que está inserido na área de estudo, é considerado o maior e mais rico complexo coralino do Oceano Atlântico Sul –, quatro grandes fases evolutivas foram identificadas. O estudo coletou amostras de terrenos antigos no coral Coroa Vermelha, que fica próximo a Abrolhos.
O estabelecimento inicial dos corais no Sul da Bahia ocorreu há 7,7 mil anos. Naquele período, o nível do mar estava mais alto do que o atual. Os recifes de corais cresciam 1,5 milímetros por ano. A fase de grande crescimento das formações coralinas ocorreu quando o nível do mar regredia, mas ainda estava acima do que está hoje. Há 4,4 mil anos, aproximadamente, os corais baianos cresciam na ordem de 5,5 milímetros ao ano.
O terceiro estágio de evolução foi marcado por dois pontos de inflexão. O nível do mar se aproximou ao atual e os corais pararam de crescer na vertical. Junto com José Dominguez e Louis Martin, da Universidade Federal da Bahia, que também assinam o trabalho, Ana identificou um outro tipo de crescimento. Há 1,5 mil anos, aproximadamente, os corais do Nordeste do Brasil começaram a crescer para as laterais. Os testemunhos geológicos corroboram com bastante precisão esta informação. O trabalho atual parte de descobertas feitas pelos pesquisadores Zelinda Leão e Ruy Kikuchi, que também estudaram a geologia da região.
Prova de que o entendimento da geologia costeira de Caravelas é importante para os dias de hoje - e para o futuro - está no quarto estágio de evolução identificado pelos pesquisadores. Nos últimos 1,5 mil anos começaram a aparecer sinais de degradação dos corais, que se estendem até o presente. Não é difícil cruzar as linhas de evolução da geologia local com a da evolução humana, para entender uma das causas do problema."
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Fonte:
http://www.agencia.fapesp.br/materia/536/divulgacao-cientifica/a-historia-geologica-de-abrolhos.htm

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Referências de localização em Abrolhos:

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1 - Ilha Siriba – Única do Parque aberta aos visitantes, ao desembarcar percorre-se uma trilha de 1.600 metros que circunda a ilha. Centenas de pequenas conchas e corais se acumulam na ponta sudoeste da ilha, formando uma espécie da praia. A outra extremidade é formada por piscinas naturais que abrigam peixes coloridos e caramujos. Uma grande quantidade de pilotos procura a Siriba para fazer seus ninhos.
2 - Ilha Guarita – É a menos do Parque e repleta de pedras arredondadas que parecem pintadas de branco. Na realidade, esta cor é originada das fezes das inúmeras aves que vivem no local, como o Benedito, que elegeram a ilha para pouso e procriação.
3 - Ilha Redonda – A mais alta de todas, só perde para a Santa Bárbara, que se encontra fora dos limites do Parque. Possui encostas abruptas onde fragatas costumam fazer seus ninhos. Durante o verão, recebe a visita das tartarugas-cabeçudas para a desova.
4 - Ilha Sueste –A mais distante do arquipélago encontra-se a 1.300 m da Siriba é também a mais preservada, justamente pela dificultada de acesso. A ausência do homem na ilha permite que as aves marinhas espalhem seus ninhos por quase todos os cantos.
5 - Naufrágio Rosalina – A popa está a 20 metros de profundidade, mas a proa aflora na superfície na maré baixa, oferecendo boas oportunidades para mergulho livre e autônomo. Espie pelas escotilhas e “suba” a escada no convés. Cuidado com as correntes, que costumam ser muito fortes no local.
6 - Enseada da Ilha Santa Bárbara – Um dos principais pontos de mergulho do Parque, permite a observação de badejos e budiões que, acostumados com a presença humana, se aproximam dos mergulhadores.
7 - Pradaria Siriba – Redonda – Localizada entre as ilhas Siriba e Redonda, é uma área rasa, de fundo arenoso, onde são encontrados cabeços de coral em profusão. Por aqui também passeiam cardumes de peixes-cirurgiões e os enormes e folgados badejos-quadrados. Olhando com atenção, dá para ver as raias manteiga e treme-treme enterradas na areia.
8 - Cavernas da Siriba – As cavidades no paredão da Ilha Siriba atraem vários peixes, que as utilizam como abrigo. Aqui podem ser vistos caramurus (ou mareias-verdes), peixes-frade e o colorido frade-real ou ciliaris.
9 - Recife de Timbebas – Incluído na área do Parque, mas distante do arquipélago, o recife fica visível na maré baixa e é um ótimo ponto para mergulho livre. Peixes de todas as cores e formatos podem ser vistos no local, onde grandes leques de coral-de-fogo são encontrados.
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Fonte:
www.abrolhos.net/abrolhos/parque.htm

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