segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Megafauna Mamífera em Baixa Grande, Bahia

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No Município de Baixa Grande, Bahia, também foram localizadas referências da Megafauna Mamífera, por Ricardo da Costa Ribeiro, Ismar de Souza Carvalho e Rosembergh da Silva Alves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Paleontologia, estes estudiosos teceram considerações sobre esses seres que habitaram a região onde, atualmente, se encontra o Município de Baixa Grande.

Os seres identificados foram Eremotherium laurillardi, Panochthus greslebini, Toxodon e Stegomastodon waringi.
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O resumo do trabalho:
RIBEIRO, Ricardo da Costa; CARVALHO, Ismar de Souza; ALVES, Rosembergh da Silva. “A megafauna do Quaternário Tardio do município de Baixa Grande, Bahia: Importância paleoambiental.” Belém (Pará): Sociedade Brasileira de Paleontologia, Anais, p.213, 13 a 18 de setembro de 2009.
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Resumo:
"Os elementos da Megafauna do Quaternário tardio no Nordeste do Brasil são normalmente encontrados em tanques e grutas, com alguns registros em paleolagoas e tufos calcários.
Os fósseis descobertos no município de Baixa Grande, Estado da Bahia, encontravam-se
em um tanque, na localidade Lagoa do Rumo. Os táxons identificados compreendem os
Pilosa (Megatheriidae Eremotherium laurillardi), Cingulata (Glyptodontidae - Panochthus greslebini), Notoungulata (Toxodontidae - Toxodon), e Proboscidea (Gomphoteriidae - Stegomastodon waringi). De E. laurillardi foram coletados fragmentos de dentes; um ramo mandibular inferior direito; um fragmento de porção distal de úmero; um rádio; um fragmento de porção proximal de fêmur; uma tíbia; um calcâneo fragmentado; dois astrágalos esquerdos, um destes fragmentado; um astrágalo direito; um metacarpo IV; uma falange distal fragmentada do terceiro dedo. De P. greslebini foi coletado um fragmento de carapaça. De Toxodon, fragmentos de dentes molariformes. De S. waringi, um fragmento de cúspide de dente molariforme. Os fósseis se encontravam em uma camada caracterizada como uma brecha fossilífera, densamente empacotada. Os constituintes desta brecha estavam dispostos caoticamente em relação ao acamamento, distribuídos em várias classes de tamanho. Grande parte dos fósseis estava fragmentada, apresentando-se, como os clastos, em formas angulosas. As características do depósito e da camada fossilífera apontam para uma deposição em eventos de regime de fluxo de detritos. As carcaças e restos de ossos de elementos da megafauna Quaternária seriam correspondentes à animais que teriam morrido no entorno do tanque. Estes restos foram então carreados para o interior do tanque em um curto transporte, evidenciado pelo aporte de sedimentos clásticos associados aos fósseis, além da presença de elementos cranianos de três dos quatro táxons representados. A fauna descoberta em Baixa Grande, do ponto de vista paleoambiental, sugere um habitat do tipo savana/borda de floresta, com grande disponibilidade de alimentos para estes megaherbívoros, além de corpos d’água, a fim de atender as características semi-aquáticas atribuídas aos toxodontes, o que implica em um clima mais úmido do que o atual em certos momentos do Quaternário tardio para a região de Baixa Grande."
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