"Encontrados fósseis raros no interior da Bahia
Material está sendo analisado na Uesb"
por Mônica Lacerda
14/1/2008
.
O Município de Matina, situado na Região Centro-Sul do Estado da Bahia, a 828 km da capital, reúne uma das maiores concentrações de fósseis pleistocênicos do Brasil, presentes em toda a América do Sul há cerca de 11 mil anos. A descoberta, segundo o paleontólogo Douglas Riff, professor da Uesb, representa um tesouro científico que até agora se escondia sob os pés dos moradores de Matina.
Os materiais encontrados foram expostos de modo acidental por trabalhadores locais, com o uso de maquinário pesado, o que causou danos a muitas peças, estas, foram quebradas, separadas umas das outras e levadas para diversas residências da cidade. Isso fragmentou e descaracterizou a maior parte das espécies, dificultando uma análise mais completa.
Mas de acordo com o professor Douglas, a quantidade de fósseis é indiscutível e futuras escavações, desta vez feitas de modo controlado e com o depósito dos ossos em local apropriado, podem trazer mais e melhores informações sobre a pré-história da região. Parte do que já foi coletado, em novembro de 2007, está na Uesb, no campus de Vitória da Conquista, para análises mais precisas.
O paleontólogo explica que além das cacimbas formadas num lajedo da cidade, também foram encontrados fósseis nas casas de moradores do município. Entre eles, fósseis de preguiças-gigantes e também, para o pesquisador, a melhor peça encontrada até agora: uma mandíbula de um mastodonte ( parente extinto dos elefantes).
O grupo das preguiças-gigantes, chamado Mylodontoidea, inclui animais com tamanhos similares ao de um elefante, e seus parentes vivos mais próximos são as preguiças aborícolas, e um pouco mais distante, os tamanduás e os tatus. Douglas Riff afirma que as preguiças que viveram na região da Matina eram de grande tamanho.
Até o momento, foram encontrados dentes, vértebras e alguns ossos do pé (astrágalo e calcâneo) e da perna (tíbia): isso mostra que seus donos alcançavam pelo menos quatro metros de altura. Para o professor Douglas, a meta agora é continuar com os trabalhos de escavações e análises do material coletado, o que permitirá um ganho científico importante e singular para a Uesb e toda a sociedade.
.
Matéria trazida de:
http://www.uesb.br/ascom/ver_noticia_.asp?id=2838
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário