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MATÉRIA 1
"ONG denuncia contaminação da água por urânio na BA"
17 de outubro de 2008, 20h 57
por Tiago Décimo - Agencia Estado
"Relatório da organização não-governamental (ONG) internacional Greenpeace, divulgado ontem, denuncia que 3 mil habitantes da zona rural do município baiano de Caetité, a 759 quilômetros a oeste de Salvador, estão recebendo água contaminada com urânio. De acordo com o Greenpeace, foram realizadas análises com água de 20 poços perfurados em um raio de 20 quilômetros em torno da mina de urânio explorada pela empresa pública Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Das amostras, colhidas em abril e enviadas para análise na Universidade de Exeter, na Inglaterra, duas foram consideradas contaminadas pelo minério, com concentração de até 0,110 miligrama de urânio por litro de água - sete vezes mais do que o permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a ONG, a exposição à água contaminada com o material radioativo estaria causando câncer e anomalias fetais na população.
O Greenpeace denuncia que a contaminação é causada pela empresa, que estaria cometendo irregularidades na operação. A direção da INB nega. "Fazemos análises sistemáticas de nossas operações, em 50 pontos ao redor da mina, e não há nada de irregular", afirma o diretor de Recursos Naturais da INB, Otto Bittencourt Neto. "A área inteira tem o minério. Pode ser que alguém tenha aberto um poço em uma área de ocorrência de urânio."
Porém, o diretor afirmou que a empresa tem a intenção de "fazer novas análises e ajudar a população, se necessário", e aguarda o encaminhamento de denúncia formal ao Ministério Público (MP). A realização de mais análises da água na região foi considerada "urgente" pelo superintendente do Instituto de Gestão de Águas e Clima, do governo estadual, Júlio Rocha. O MP informou que, caso seja constatada a contaminação, pode pedir a suspensão das atividades da INB no local."
Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ong-denuncia-contaminacao-da-agua-por-uranio-na-ba,261941,0.htm
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MATÉRIA 2
"Ibama multa empresa que explora urânio em R$ 1 milhão"
por Central de Informações
"A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa que explora a mina de urânio no município de Caetité, na Bahia, foi autuada na última quinta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no valor de R$ 1 milhão.
Segundo o Ibama, a multa foi aplicada pelo descumprimento de condicionante da Licença Ambiental que determina o imediato informe ao órgão de qualquer acidente ocorrido no empreendimento. No último dia 28 de outubro houve vazamento de solvente orgânico com urânio, segundo o Ibama.
O Instituto também notificou a empresa a apresentar relatório detalhado sobre este acidente, ocorrido na Unidade de Concentração de Urânio. Este relatório circunstanciado, de acordo com a equipe técnica, deve conter a análise de todos os efeitos decorrentes, das medidas de controle e o monitoramento do ocorrido.
A vistoria à área em que ocorreu o acidente foi efetuada no dia 18 de novembro, quando os técnicos do Ibama, acompanhados pelo gerente da Unidade de Concentração de Urânio, percorreram alguns pontos dentro do empreendimento onde foram detectados o vazamento.
De acordo com o relatório técnico, a equipe constatou a efetividade do vazamento do solvente orgânico contendo urânio, que transbordou dos tanques de processamento para a caixa de brita. Devido à forte chuva, esse material transbordou ainda para o sistema de drenagem das águas pluviais, atingindo a canaleta de drenagem, que direciona a água para a Barragem do Córrego do Engenho.
Como resultado, constatou-se a contaminação de 15 metros cúbicos de material (terra e brita), retirado da caixa de brita, e 33 metros cúbicos de solo contaminado da canaleta de drenagem.
Esse material, de acordo com informações da empresa, foi retirado do local e colocado em área de segurança. "Os 16 metros cúbicos de material contaminado foram enviados para a pilha de lixiviação e os 33 metros cúbicos de solo contaminado foram enviados para o depósito de ésteres", diz o documento."
Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ibama-multa-empresa-que-explora-uranio-em-r-1-milhao,470391,0.htm
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MATÉRIA 3
"Consumo de água em Caetité é suspenso devido à radioatividade"
21/01/2010 às 12:36
POR Juscelino Souza, Sucursal de Vitória da Conquista
"A Prefeitura de Caetité, a 757 km de Salvador, e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) devem suspender imediatamente o consumo de água em três pontos onde, segundo o Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), foi detectada a presença de radioatividade alfa (nociva se inalada ou se ingerida) e beta (nociva caso entre em contato com a pele) acima do permitido pela Portaria nº 518/04, de potabilidade de água, do Ministério da Saúde (MS).
Este é o resultado da segunda coleta. Na primeira, mês passado, técnicos recolheram amostras em sete pontos. Todos estavam com radioatividade acima dos parâmetros e agora foram novamente avaliados.
Porém, em quatro deles, o órgão assegurou que “não foram encontrados teores de radioatividade acima do permitido”. Nesta quinta-feira, 21, o Ingá, em conjunto com a Secretaria da Saúde do Estado, notificou a Prefeitura de Caetité e a INB, após divulgação da análise nos pontos de coleta de água.
Dos três pontos, apenas o poço do povoado Barreiro, na zona rural de Caetité, é utilizado para abastecimento humano. O poço abastece cerca de 15 famílias desde 2007, com água armazenada em uma caixa d’água.
Lá, a radioatividade alfa está acima do limite permitido. Os técnicos do Ingá afirmaram que o índice encontrado foi 0,30, quando o padrão é 0,1 bg/litro, de acordo com a portaria do MS.
Abastecimento - Além de ser obrigada a suspender imediatamente o uso da água do poço, a prefeitura deve garantir o abastecimento alternativo de água para as famílias atingidas. A prefeitura, notificada por fax e por sedex, já avaliou o teor do documento, mas a Secretaria da Agricultura ainda não se pronunciou a respeito desta nova determinação.
O descumprimento da notificação implica a aplicação das penalidades previstas na Lei nº 11.612/09 (Lei das Águas). De acordo com o artigo 77, as infrações podem ser punidas com advertência por escrito e multa simples até embargo ou interdição de obras ou atividades, demolição da obra e fechamento definitivo do poço.
Os outros dois pontos ficam no interior da INB e são utilizadas para fins industriais. “São o poço 1, com índice de 4,07 de radioatividade alfa e de 4,05 para a beta, e a bacia de acumulação Joaquim Ramiro, com 0,23 de radioatividade alfa”, destacou o diretor de regulação do Ingá, Luiz Henrique Pinheiro.
“O poço 1 está em processo de análise de renovação de outorga, ou seja, autorização para uso da água”, observou Pinheiro, antecipando que por conta deste resultado, o pedido de renovação não será aceito. O tanque de acumulação, por sua vez, não é passível de outorga.
O diretor acentuou que a preocupação, neste caso, é que este poço usado pela indústria contamine o aquífero (água subterrânea). “É preciso saber a extensão e profundidade da contaminação”.
O diretor-geral do Ingá, Júlio Rocha, declarou que o Ibama será comunicado dos resultados para que tome providências em relação ao licenciamento ambiental da INB, que poderá ser suspenso. Rocha detalhou que a situação é possível porque outorga e licenciamento são instrumentos administrativos que convergem. “Significa que a política das águas anda junto com a política ambiental”.
INB - A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) se manifestou por nota, na qual salientou que o povoado de Barreiro fica a seis quilômetros da mina de urânio, “não sendo possível pelo caminho natural das águas ter tido contato com material proveniente da sua unidade de produção”.
O documento salienta a possibilidade de “eventuais aumentos de concentrações de urânio nas águas subterrâneas do município de Caetité, já que existe uma grande reserva natural de urânio naquela região”.
Júlio Rocha frisou que a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) abastece a população da zona urbana com água potável e tratada e garante que a água não oferece risco à saúde humana. “Além disso, a Embasa realiza rotineiramente a análise da água de todos os mananciais utilizados para consumo humano”, reforçou.
Cadastro - Técnicos da Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (Cerb) estão em Caetité para proceder o cadastro de moradores da zona rural a fim de registrar o número de famílias que utilizam água não tratada pela Embasa; quantidade de moradores de cada residência e o tipo de manancial.
Os dados serão repassados à Defesa Civil do Estado para auxiliar nas ações de fornecimento de água."
Fonte:
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1349158
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MATÉRIA 4
"Moradores de Caetité, na Bahia, consumiram água radioativa, diz Greenpeace"
Publicada em 27/01/2010 às 15h05m
por Marcelle Ribeiro - O Globo
"SÃO PAULO - Moradores da cidade baiana de Caetité, na Bahia, consumiram durante alguns dias água com alto teor de radioatividade. Quem denúncia é o grupo ambientalista Greenpeace, que acusa a prefeitura da cidade de ter mantido o fornecimento de água com radiação no povoado rural de Barreiros. O Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), da secretaria estadual de Meio Ambiente, disse que notificou o município na quinta-feira passada, informando que a água que a cidade extraída do poço no povoado tinha teor de urânio maior do que o permitido , segundo os critérios de potabilidade do Ministério da Saúde.
Na terça-feira, ativistas do Greenpeace protestaram em frente ao prédio da Secretaria de Recursos Hídricos de Caetité contra o suposto descaso das autoridades locais em relação à saúde da população rural do município. Os manifestantes ofereceram ao secretário Nilo Joaquim de Azevedo uma garrafa com água coletada no poço de Barreiros. Ele teria se recusado a beber o líquido. O Greenpeace também acusou a prefeitura de manter o poço aberto, contrariando determinação do Ingá.
A prefeitura de Caetité, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que foi notificada na sexta-feira sobre a necessidade de interromper o abastecimento com água do poço de Barreiros, e admitiu que só passou a fornecer água potável não contaminada na segunda-feira desta semana, quando caminhões-pipa foram ao povoado. O município alega que não teve tempo hábil para providenciar caminhões-pipa para fornecer água para os moradores durante o fim de semana. A prefeitura admite que, até esta segunda-feira, as 15 famílias que vivem em Barreiros tiveram que usar água com radioatividade elevada.
Nesta quarta-feira, um tanque com capacidade de armazenamento de 10 mil litros foi levado ao local, para armazenar água trazida pelos caminhões-tanque. A prefeitura nega que o poço esteja aberto e diz que ele foi lacrado ainda na sexta-feira. Mas o Greenpeace afirma que ele só foi lacrado nesta terça-feira, e acusa o município de ter colocado um selo com data retroativa a 22 de janeiro.
Caetité é uma região rica em urânio. Na cidade, uma unidade da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) explora o minério. Segundo o Ingá, ainda não se sabe a causa da presença da radioatividade e do urânio acima do permitido nas águas de Caetité é natural, devido à presença do material no solo da região, ou se é provocadas e ampliada pela operação de extração e beneficiamento pela INB, que explora a mina da área. O Ingá afirma que em dois poços localizados dentro da unidade da INB também foi encontrada água com níveis de radioatividade acima do permitido.
Desde o início da semana, funcionários da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) fazem uma visita às instalações da estatal em Caetité. No entanto, segundo a INB, a visita não tem como objetivo verificar a qualidade da água da região, mas sim checar a eficácia do processo de produção.
Ainda nesta quarta-feira, ativistas do Greenpeace realizaram um protesto em frente à mina de urânio operada pela estatal. Eles estenderam, no portão da mina, uma faixa com a frase "Área de contaminação".
Em novembro de 2009, o Ingá já havia determinado a suspensão do consumo de água em outros seis de 15 pontos analisados nos municípios de Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora. Além de notificadas, as prefeituras foram determinadas a garantir o fornecimento alternativo de água para as famílias atingidas e a lacrar os referidos poços. Segundo o instituto, os seis pontos continuam lacrados desde novembro, com fornecimento de água suspenso por conterem radioatividade."
Fonte:
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/01/27/moradores-de-caetite-na-bahia-consumiram-agua-radioativa-diz-greenpeace-915717912.asp
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MATÉRIA 5
"Bahia detecta radioatividade elevada na água de Caetité"
por Tiago Décimo, da Agência Estado
"Um mês depois de ser detectado um vazamento de solvente orgânico com urânio na usina de processamento do minério que a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) mantém em Caetité, a 759 quilômetros a oeste de Salvador, o governo baiano divulgou um levantamento que mostra que seis reservatórios de água localizados nas zonas rurais de três municípios da região - Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora - estão com radioatividade até cinco vezes maior que a recomendada.
Segundo o estudo, feito pelo Instituto de Gestão de Águas e Clima (Ingá), da Secretaria do Meio Ambiente do governo estadual, em 15 poços da área, os seis reservatórios atingidos por radioatividade apresentam índices de até 0,5, no caso da radiação alfa, e de até 2,3, para radiação beta. Segundo o Ministério da Saúde, são seguros para o consumo humano e animal índices de, respectivamente, 0,1 e 1.
Dos poços atingidos, segundo o estudo, dois são usados na dessedentação animal, dois ficam em propriedades particulares e dois servem para abastecimento de comunidades. O caso mais grave é o da torneira do chafariz público do povoado de Maniaçu, em Caetité, onde foram registrados os índices mais altos de radioatividade.
O local, de acordo com o diretor do Ingá, Júlio Rocha, abastece cerca de 700 famílias. Os reservatórios atingidos pela radioatividade foram interditados. Governo baiano e prefeituras iniciaram o abastecimento com caminhões-pipa. Rocha diz, por outro lado, que a água fornecida pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) nas zonas urbanas dos municípios não está contaminada.
Segundo o Ingá, ainda não é possível apontar a causa da radiação. O vazamento na usina, ocorrido em 28 de outubro, não teria relação com os índices, já que a coleta da água analisada foi feita antes, no fim de setembro. Por causa do vazamento e da ocultação da ocorrência por parte da INB, a estatal foi multada em R$ 1 milhão pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no dia 19.
Os exames nos poços da região de Caetité, informa o Ingá, são realizados regularmente, a cada três meses. Na semana passada, foram colhidas mais amostras das águas contaminadas para que seja determinada a causa da radiação. Os laudos devem ser conhecidos em até um mês."
Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,bahia-detecta-radioatividade-elevada-na-agua-de-caetite,474397,0.htm
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