sábado, 14 de julho de 2012

Nanaichthys longipinnus, um peixe fóssil baiano.


Um fóssil de peixe encontrado nos sedimentos da Bacia do Recôncavo que originalmente estava descrito como “Dastilbe minor”, passa a ser enquadrado como um novo gênero, dos Chanidae. É o Nanaichthys longipinnus.
Com esta descoberta realça-se uma relação entre a fauna de águas então regidas pelo mar Tethys e a nossa Bacia do Recôncavo.
DO artigo:

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“A New Chanidae (Ostariophysii: Gonorynchiformes) from the Cretaceous of Brazil with Affinities to Laurasian Gonorynchiforms from Spain.”

Cesar R. L. Amaral, Paulo M. Brito*
* - Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Francisco Xavier, Maracanã, Brazil

Abstract:
Based on specimens originally referred to as “Dastilbe minor”, a nomem-nudum, we describe a new genus of Chanidae †Nanaichthys longipinnus nov. gen. and sp. which exhibits several diagnostic characters such as the absence of orbitosphenoid and basisphenoid, anteriorly displaced quadrate-mandibular articulation, laterally expanded supraneurals, an acute angle between the preopercular limbs, expansion at the angle between the preopercular limbs, and a curved maxillary articular process. Its occurrence and supposed relationship within the Chanidae reinforce the influence of the Mediterranean Tethys over the Gondwanan main rift system prior to the Aptian/Albian highstands.”
Conclusion:

"Nanaichthys longipinnus nov. gen. and sp. exhibits several characters that support its inclusion within the Gonorynchiformes as well as its placement in Chanidae. These include the absence of an orbitosphenoid and basisphenoid, an antero-ventral expansion in the hyomandibula, a quadrate-mandibular articulation anterior to the orbit, an elongated symplectic, a concave-convex premaxilla, laterally expanded anterior supraneurals not in contact with each other, and the expanded opercle at about one-third of the head length.
Our results support the affinities between †Nanaichthys longipinnus and the Laurasian rubiesichthyns from Spain, mainly based on the small and curved articular process of the maxilla, the acute angle formed by the preopercular limbs, and posterior expansion at the angle between the preopercular limbs.
†Nanaichthys longipinnus differs from other †Rubiesichthyinae (cf. †Rubiesichthys gregallis and †Gordichthys conquensis) by presenting a combination of characters such as a gently (not strongly) curved maxillary process and the possession of eleven anal fin rays; from †Gordichthys in the body depth, vertebral count (39 for †Nanaichthys against 37 for †Gordichthys), and edentulous parasphenoid and vomer; and from †Rubiesichthys in body proportions, position of the dorsal, pelvic, and anal fins; and shape of the head, triangular in †Nanaichthys and elongated in †Rubiesichthys. The proximity of †Nanaichthys longipinnus with the †Rubiesichthyinae from Spain reinforces the influence not only from the Caribbean Tethys but also from the Mediterranean Tethys and Laurasia prior to the Aptian/Albian marine transgressions over the continental terrains of Western Gondwana. This was probably influenced by the tectonically interconnected drainages that developed over the main rift axis prior to the well documented Aptian/Albian highstands."
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. Citation: Amaral CRL, Brito PM (2012) A New Chanidae (Ostariophysii: Gonorynchiformes) from the Cretaceous of Brazil with Affinities to Laurasian Gonorynchiforms from Spain. PLoS ONE 7(5): e37247. doi:10.1371/journal.pone.0037247 Editor: Andrew A. Farke, Raymond M. Alf Museum of Paleontology, United States of America
Received: December 9, 2011; Accepted: April 16, 2012; Published: May 21, 2012 Copyright: © 2012 Amaral, Brito. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.
Funding: This study was supported by the Brazilian National Counsel of Technological and Scientific Development and Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.
Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist. * E-mail: pbritopaleo@yahoo.com.br
Fonte:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0037247
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Divulgação em mídia:
"Fóssil de peixe "europeu" é encontrado no interior da Bahia"
Peixe viveu há 120 milhões de anos, quando continentes se separavam.
Espécie recebeu nome em homenagem ao candomblé.
Por Tadeu Meniconi
Do Gl, em São Paulo
Pesquisadores brasileiros encontraram no interior da Bahia fósseis de um tipo de peixe pré-histórico nativo da Europa, que nunca tinha sido encontrado na América do Sul. A espécie inédita foi descrita em um estudo publicado em maio pela revista científica “PLoS One”. Esse animal já extinto viveu há cerca de 120 milhões de anos, quando os dinossauros dominavam a Terra e a geografia do planeta era completamente diferente. A Pangeia, continente único que existiu até 200 milhões de anos atrás, já tinha se dividido em norte e sul, e a América e a África estavam em processo de separação.
Nesse tempo, onde hoje fica o sertão da Bahia, havia um lago salgado, uma faixa de mar que entrava para o continente. Foi no município de Tucano, a 270 km de Salvador, que o fóssil desse peixe foi encontrado.
O fóssil já havia sido coletado na década de 1960 e mencionado em trabalhos mais antigo, mas ninguém tinha descrito a nova espécie em uma revista científica ainda – a publicação de um trabalho como esse é necessária para que a existência de uma espécie seja aceita.
“Quando eu o vi, reconheci características dos grupos da Europa”, contou Amaral. A principal diferença identificada em relação aos peixes mais típicos da América do Sul foi no formato de um osso chamado “pré-opérculo”, que fica na cabeça do animal. “É a primeira evidência clara de intercâmbio entre a Espanha e essa região do Brasil”, apontou.
O paleontólogo explicou que quando os continentes se dividiram, surgiu entre eles um mar conhecido como Mar de Tétis – um antecessor do Oceano Atlântico, de certa forma. Por esse mar, várias espécies de animais se espalharam pela Terra.
Isso que possibilitou que a espécie abundante na Europa chegasse também ao que hoje é a Bahia. Há outros registros que dão indícios desse processo, na Argentina, por exemplo. No Nordeste brasileiro, no entanto, a descoberta é inédita.

Candomblé
A espécie recebeu o nome científico de Nanaichthys longipinnus. É uma homenagem à orixá Nàná Burukù e ao candomblé, como uma referência à religiosidade baiana – “ichthys” significa peixe em grego. A segunda parte do nome, “longipinnus”, é uma referência a uma característica anatômica do animal, que possui a cauda mais longa que seus parentes.
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Fonte:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/07/fossil-de-peixe-europeu-e-encontrado-no-interior-da-bahia.html
Publicado: 14/07/2012 07h00
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sábado, 7 de julho de 2012

CPRM e a Mineração na Bahia

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04/07/2012
Em entrevista exclusiva para o Informe CPRM, o novo superintendente de Salvador, geólogo Teobaldo Rodrigues, fala sobre o cenário do setor mineral na Bahia, que segundo ele, nunca recebeu tanto investimento da iniciativa privada como agora.
 “Nos últimos dez anos grandes empresas de mineração se instalaram na Bahia, e novas pesquisas estão sendo feitas”.
O geólogo anuncia que a CPRM irá realizar o mapeamento geológico de 12 mil Km² no Estado.
“Serão quatro novas folhas na escala 1:100.000”, informa. Rodrigues avisa que em breve serão anunciados os resultados de projetos em fase conclusão que mudarão os entendimentos geológicos nas regiões onde foram desenvolvidos, abrindo assim, “perspectivas de investimentos nessas áreas”, que de acordo com ele, estão tendo a sua “litologia e ambiência geológica interpretadas.”
O superintendente acrescenta também a importância de aperfeiçoar os instrumentos de gestão e diz que sua meta é construir uma sede definitiva para atender as necessidades atuais da Superintendência.
Confira a entrevista.
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Informe CPRM - Como o senhor avalia o cenário do setor mineral na Bahia?
Teobaldo - Nunca se investiu tanto em pesquisa como agora. Nos últimos dez anos foram descobertos novos depósitos de bens minerais no estado, como por exemplo, de bauxita, tório, níquel, novas anomalias de cobre, diamante e vanádio, além da reativação da mina de ouro em Jacobina e expansão de outros projetos, como implantação e ampliação da mina de níquel da empresa Mirabela. Grandes empresas de mineração se instalaram no Bahia, e novas pesquisas estão sendo feitas pela iniciativa privada em busca de bauxita, níquel, ferro, terras raras, diamante, manganês e minério de ferro.

Informe CPRM -Qual é a importância da CPRM no processo de conhecimento geológico do subsolo baiano?
Teobaldo - A empresa ajudou a alavancar esse crescimento do setor e terá papel relevante nos próximos anos com os novos projetos que começaremos a executar ainda este ano. Serão quatro novas folhas (Andorinhas, Peões, Monte Santo e Uauá) de mapeamento geológico, na escala 1:100.000, o que totalizará 12 mil Km² de área pesquisada onde há interesse para a mineração. Esses projetos têm a perspectiva de mudar a geologia das regiões mapeadas e contribuir para ampliação das reservas e elevar a Bahia à terceira colocação no ranking dos maiores Estados produtores de bens minerais.

Informe CPRM -Quais serão as metas de sua gestão?
Teobaldo - Vim para ajudar no processo de reestruturação da empresa. Fui muito bem recebido pelos funcionários, que estão motivados. Minha meta é integrar as áreas administrativa e técnica e criar novos instrumentos de gestão para aperfeiçoar o trabalho e gerenciar melhor nossos recursos financeiros, materiais e humanos. Conto com o apoio da diretoria para construir uma sede definitiva para a Superintendência. As instalações atuais foram construídas para serem provisórias e já se passou bastante tempo. Pela importância dos projetos que executamos e a necessidade de melhorar a qualidade de vida de nossos profissionais vamos apresentar uma proposta para o novo prédio que terá laboratórios, biblioteca e museu.
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Fonte:
http://www.cprm.gov.br
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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Augusto Pedreira... "Medalha Theodoro Sampaio"

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Augusto José de Cerqueira Lima Pedreira da Silva
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Uma longa vida de dedicação ao Conhecimento Geológico, como poucas existiram ao longo de toda a existência desta Ciência no Brasil.
O recebimento da medalha Theodoro Sampaio por Augusto Pedreira, neste 30 de maio de 2012, concedida pela Sociedade Brasileira de Geologia, é mais que um reconhecimento justo, é um dever de consciência e pleito de sincero agradecimento de toda uma Comunidade. 
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Novo Superintendente na Superintendência da CPRM em Salvador, Bahia


Superintendente Teobaldo e diretor-presidente Manoel Barretto
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Tomou posse, na tarde de hoje (28/5/2012), o superintendente regional de Salvador, geólogo Teobaldo Rodrigues de Oliveira Junior. O diretor-presidente, Manoel Barretto e os diretores Thales Sampaio, Roberto Ventura, Eduardo Santa Helena e Antônio Bacelar, o superintendente interino, José Carlos e autoridades do estado participaram da solenidade.
Entre os convidados estava a professora Gloria da Silva, orientadora de doutorado do superintendente Teobaldo, homenageada em seu discurso.
José Carlos abriu a solenidade agradecendo a confiança que recebeu da diretoria: ”Foi uma honra ter assumido como superintendente interino da empresa”.
Teobaldo saudou os presentes e falou sobre a importância do trabalho da CPRM e dos recursos minerais encontrados na região: “Vim para somar, assumir desafios e construir com vocês novos projetos”, disse. “Nossa expectativa é mostrar o trabalho da CPRM para fora da empresa e integrar cada vez mais as superintendências regionais”, acrescentou o superintendente.
Barretto destacou a contribuição de José Carlos: “Ele se mostrou companheiro e parceiro da CPRM. Esse gesto reflete o espírito e entusiasmo do funcionário da CPRM.”
Emocionado, Barretto elogiou o trabalho de Teobaldo no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): “Fizemos um chamamento ao companheiro Teobaldo, que tem história no DNPM, lá acumulou uma experiência muito forte em gestão. Os índices que o Departamento mostra hoje refletem o trabalho dele.”
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Teobaldo Junior
Doutor em Geologia pela Universidade Federal da Bahia e graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Católica do Salvador.
Funcionário de carreira e superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no período 2003-2011.
Professor de Mestrado e Graduação nas áreas de Ciências Contábeis, Administração e Engenharia.
Possui experiência na área de Geologia, Tecnologia de computadores/Programação atuando nos seguintes temas: ciência, geologia, economia, tecnologia de informação, metodologia científica e filosofia.

domingo, 27 de maio de 2012

Silicose... Mapa da exposição.


No "O mapa da exposição à sílica no Brasil", trabalho sob a coordenação geral de Fátima Sueli Neto Ribeiro, publicado pela UERJ e pelo Ministério da Saúde, em 2010 emerge um quadro do atual problema da exposição de trabalhadores à sílica.
Este fato resulta na persistência da silicose, uma doença que afeta especialmente os pulmões, daí expandindo problemas para todo o organismo. O problema nasce da inalação de partículas pelo trabalhador. Isto se dá especialmente
1 - Por recusas empresariais em adquirir e exigir o uso de EPIs - Equipamentos de proteção individual.
2 - Pelas constantes recusas de trabalhados a usar os EPIs.
No caso, uma simples e barata máscara resolveria em muito o problema.
Daí chegarmos e mantermos a situação atual.
Tabela relacionando o número de expostos segundo setor ou seguimento.


Gráfico mostrando a prevalência de trabalhadores expostos. Em vez de seguirmos a antiga tendência à queda, elevou-se o nível de expostos.



Uma imagem de um pulmão afetado :

Imagem trazida de:
http://patologiana221.blogspot.com.br/2009/10/silicose-pulmonar.html

Como consequência, o trabalhador passa a apresentar dificuldade respiratória com baixa oxigenação do sangue, o que provoca tontura, fraqueza e náuseas.

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Descoberta de Escândio, na Bahia


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"ITAOESTE ANUNCIA DESCOBERTA DE MINERAL RARO NA BAHIA"
Conhecido na década de 1990 como "rei da soja", o empresário Olacyr de Moraes vai comunicar amanhã ao Ministério de Minas e Energia a descoberta de uma importante jazida de escândio no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano.
Ao Valor, o empresário afirmou tratar-se de um dos minerais mais raros do planeta, utilizado na estrutura de foguetes e trens de pouso de aviões, entre outras aplicações. “É um material estratégico e caríssimo, devido à sua resistência e leveza”, contou Olacyr.
De acordo com ele, que desde 2002 controla a empresa de pesquisa mineral Itaoeste, nos próximos dez dias será possível determinar o tamanho exato da jazida. “Ainda não sabemos ao certo, mas posso adiantar que é muito grande”, informou.
O diretor de Negócios Internacionais da Itaoeste, André Guzman, informou que a descoberta colocará o Brasil no rol dos países detentores de minerais raros. Segundo Olacyr, os maiores produtores de escândio do planeta são Rússia, Estados Unidos e China, ainda assim em volumes pequenos.
Fonte: Valor Online
Data: 03/05/2012
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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Variedades de Quartzo encontradas na Bahia

O Silício é um elemento caracterizado como semi-metálico, pertencente ao grupo do Carbono. Muito raramente aparece nativo na natureza, não combinado com outro(s) elemento(s), ocorrendo assim quase que somente em algumas exalações vulcânicas muito localizadas.
Imagem de Silício nativo:
Fonte desta imagem:http://www.galleries.com/Silicon

Sua tendência é formar combinações derivadas da sua ligação constante com o Oxigênio, basicamente configurada na fórmula química SiO2, isto é, óxido de silício.
Esta é a fórmula do mineral denominado Quartzo. Sua cristalização se dá em torno de 300oC, podendo aparecer desde em elevada pureza até nas mais ricas variedades. E praticamente todas as variedades de quartzo são encontradas na Bahia.
As principais aparecem no mapa abaixo:
Mapa produzido por Monica Correa, em sua dissertação de Mestrado, em 2010
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A organização das moléculas do Quartzo se dá segundo o sistema trigonal, gerando um prisma hexaédrico com terminações piramidais. Abaixo, a imagem de um modelo da organização das suas moléculas, que conduz à sua forma mais comum.
Imagem extraída da dissertação de Monica Correa (2010), retirado de Akahavan (2005)
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O SiO2 pode se cristalizar de duas maneiras. Uma macrocristalina, que é aquela na qual vemos os cristais claramente, incluindo–se aí tipos como cristal de rocha, ametista, citrino, fumê, dentr outros. A outra maneira é a micro cristalina, que é aquela em que os cristais são invisíveis ao olho nu. Nesta incluem–se as variedades como ágatas, ônix, jaspe, calcedônia, dentre outras.
O principal fator que determina se será uma cristalização macro ou micro é a Temperatura. Se temos temperaturas acima de 150°C, estamos no domínio da macrocristalização. Abaixo, predominam as microcristalizações. Outros fatores favoráveis à macrocristalização são baixas concentrações de silício em soluções aquosas e a presença de eletrólitos nestas mesmas soluções.
Outros fatores favoráveis à microcristalização são altas concentrações de solício em soluções aquosas, ausência de eletrólitos e água.
O quartzo, mineral formado pelos dois elementos mais abundantes na Crosta Terrestre, tornou-se o mineral mais abundante. Aqueles que o colocam em segundo lugar, após o "mineral feldspato" cometem um erro crasso. Afinal, feldspato não é um mineral, mas um grupo ou família de minerais que inclui 10 minerais muito frequentes e alguns outros menos presentes.
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Formas Macrocristalinas
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- Cristal de Rocha - O SiO2 macrocristalino pode se tornar, caso incolor, transparente, livre de impurezas, o Quartzo puro, também reconhecido como Quartzo hialino ou Cristal de Rocha. O maior cristal localizável atualmente na Bahia encontra-se no Museu Geológico da Bahia, medindo 1,2 metro de comprimento.

Cristal de Rocha - Museu Geológico da Bahia - 1,2metro de comprimento
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Drusa de Cristal de Rocha - Garimpo Bojo do Ioiô - Brotas de Macaúbas

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A composição, basicamente formada pelos íons Silício e Oxigênio, exibe, entretanto, a presença constante de Al+++, Fe+++, OHe H2O. como Impurezas, que ocasionalmente substituem o Silício, conduzindo a desequilíbrio químico. Em função disto, íon Li+, Na+, Ke Hadentram como “compensadores”. Este complexo conduz às muitas variedades de cores do Quartzo.

Quartzo leitoso - Sua cor branco ou esbranquiçada e opacidade são conferidas por inclusões fluidas microscópicas.

- Ametista - É a variedade de quartzo caracterizada pela cor roxo. Já houve tempo em que se pensou que sua cor se devesse à presença de impureza de Manganês. Atualmente, a maior parte dos autores entende que esta cor se deve à presença de Fe+++, isto é, Ferro com valência +3, que adentra a fórmula substituindo o Si++++.
A cor está associada à transferênca de carga entre Fe+++ e O--, formando–se  Fe++++ , que é o causador da cor. Segundo Berthelot (1906, in Monica Correa, 2010), a troca é que dá origem à cor. Entretanto há outros contribuintes para a cor, como a água intramolecular. Se a cor violeta a roxa se deve à presença deste elemento, sua intensidade não se deve a ele.

Ametista - Campo Formoso

- Quartzo Citrino, verdadeiro Citrino ou Citrino natural - É uma variedade de cor amarelada, para alguns autores devida à presença Fe+++, isto é, Ferro com valência +3, que adentra a fórmula substituindo o Si++++ e/ou de partículas associadas de Fe2O3 em tamanho de cerca de 100nm. Monica Correa aponta como causa da cor a presença de Al+++ na estrutura, substituindo Si++++, provocando um desequilíbrio iônico que é compensado por H+ e Li+.

Fonte desta imagem: http://crystalmoonfeather.multiply.com/journal/item/37
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- O Quartzo falso Citrino, Falso Citrino ou Ametista queimada - É uma variedade devida à presença Fe+++, isto é, Ferro com valência +3, que adentra a fórmula substituindo o Si++++ e/ou de partículas associadas de Fe2O3 em tamanho de cerca de 100nm, nos cristais, os quais, submetidos a temperatura próxima a 500oC, tem sua cor original, ou seja, roxo, alterada para laranja amarelado a avermelhado.
Se a temperatura é entre 450 e 500oC, a cor tenderá ao amarelo claro. Se a temperatura permanecer entre 550 e 600oC a cor será um amarelo escuro a amarronzado. Monica Correa, em sua dissertação, aponta que a transformação que provoca a mudança de cor é que, com o aquecimento, o Fe+++ presente como impureza passa a Fe++.

A transformação pode ser revertida e a peça se tornar de novo uma Ametista, isto é, chegando à cor roxo, se a peça for bombardeada com raios-X ou partículas alpha, trabalhando-se com ionização.

Quartzos falsos citrinos em duas variedades de cor, em função da concentração de Fe+++ e/ou da temperatura de queima


Quartzo bicolor produzido pelo aquecimento de uma ametista em apenas um dos seus lados.


- Ametrino ou Bolivianita - É uma variedade de Quartzo bicolor, contendo porções de Ametista e de Ametista queimada naturalmente. Está provavelmente relacionado à chegada de calor posterior à formação das ametistas, provocando um reaquecimento ou requeima que não conseguiu cumprir a modificação em todo o exemplar. Ocorre nas regiões de Brejinho das Ametistas e Jacobina.


Fontes desta imagem: http://www.sanarconcristales.com.ar/fotos2.html http://www.joyeriaetnica.com/item/jga/ametrino-(bolivianita) http://terapiadosolfontedecura.blogspot.com.br/2011/02/beneficios-do-reiki-e-da.html

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- Prasiolita - É uma variedade também produzida artificialmente a partir da queima da Ametista entre 400 e 500oC. A diferença , em relação ao "falso citrino", é que passa a ter cor verde-maçã. Isto se deve e só é possível se a ametista original for rica em Fe+++ e Al+++ e muito pobre em H2O Alguns autores preferem indicar, em vez da queima, uma irradiação abundante com radiação gama, com posterior exposição aos raios ultravioletas do sol, por cerca de três dias, ou de lâmpadas ultravioletas, produzindo um material com verde mais firme e homogêneo.
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- Quartzo Rosa ou Róseo translúcido - tem sua cor devida à presença de Ti+++, que pode se oxidar, por radiação ionizante, passando a Ti++++, que substitui ions Fe++ nos interstícios. A presença deste tipo de inclusão responde pela sua cor e pelo seu "aspecto enevoado". É expressa, geralmente, através do mineral Rutilo. Alguns autores acreditam que o mineral Dumortierita presente contribui para que esta cor rosa seja apresentada.
O Quartzo rosa mantém sua cor sem desbotamento até temperaturas próximas a 575°C
Entretanto, há autores que, apesar de perceberem o papel do titânio, não descartam haver influência do Manganês. Alguns autores apontam que a presença de P+++++ é o elemento decisivo para a afirmação da cor rosa neste mineral. .

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- Quartzo Rosa ou Róseo transparente ou com transparência desenvolvida - tem sua cor provavelmente relacionada à presença de átomos de fósforo, na proporção de cerca de 120 para cada milhão de átomos de silício, em ausência de titânio.

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Quartzo hematóide - É uma variedade avermelhada a amarronzada, que deve esta cor à presença de FeO(OH), que se compõe de Fe2O3 (90%) e H2O (10%).
Quartzo hematóide - Ibitiara
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- Quartzo Verde ou Prásio - Para alguns autores tem sua cor originada da presença de íons ions Fe++ em sítios octaédricos intersticiais do quartzo. Este é responsável por "duas bandas de absorção, centradas em 741nm e 950nm, as quais, juntamente com a absorção em pequenos comprimentos de onda do quartzo contendo ferro, definem uma janela de transmissão na região verde do espectro". Para outros autores, o teor de Ferro é baixíssimo, devendo-se a cor ao alto teor de água ou hidroxila na estrutura do mineral.
Este mineral desbota se for levado a temperaturas entre 150 e 200oC.

Quartzito verde - Jacobina

O quartzito verde baiano não é um quartzo verde propriamente dito. Trata-se não de um mineral, mas de uma rocha. Nela, cristais de quartzo hialino e um mineral verde, a fucsita, encontram-se misturados. Surge, assim, a cor verde pra toda a peça.
Atualmente, através da irradiação de cristal-de-rocha tem-se, com material da região de Macaúbas, se conseguido quartzo verde e quartzo fumê.
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Quartzo Azul - A cor azul natural é provocada por impurezas de rutilo, ilmenita e crocidolita, dumortierita, inclusões fluidas ou de turmalina azul.

Quartzo azul - Oliveira dos Brejinhos
Fonte da imagem: http://vidaempaz.files.wordpress.com/2012/02/quartzo_azul2.jpg

O Quartzo azul artificial é produzido com aquecimento a 350 a 450°C ou irradiação com raios gama.
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- O Quartzo fumê - tem sua cor originada, para alguns estudiosos, da presença do elemento Silício (Si) intersticial livre, para outros da presença de "alumínio em solução sólida substitucional na estrutura da sílica cristalina". É relacionado através de concentrações de "alguns milhares de átomos de alumínio para cada milhão de átomos de silício", em que "íons Al+++ substituirão íons Si++++". Assim, teremos um desequilíbrio iônico, que é compensado por um cátio de H+, Li+ ou Na+. A cor se origina de uma radiação natural do quartzo em presença destas impurezas. Este se desenvolve especialmente a partir do jogo iônico Al–Li.
Sua temperatura de formação, para que se torne um Quartzo fumê, está entre 150 e 200oC, 

Quartzo levemente fumê - Brotas de Macaúbas
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Quartzo fumê algo mais escuro - Brotas de Macaúbas

Inclusões muito finas de rutilo no quartzo fumê podem provocar a presença de asterismo.
Asterismo em quartzo fumê.
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- O Quartzo morion ou simplesmente Morion - é um caso especial do Quartzo fumê, com uma concentração muito maior de impurezas, tornando-o muito escuro.

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- O Quartzo rutilado e cabeleira de vênus - é o cristal de quartzo que exibe inclusões de rutilo, caracterizadas por serem aciculares, ist é, muito finas. Se sua abundância não é muita, chamamos Quartzo rutilado. Se há uma quantidade muito expressiva, é chamado Cabeleira de Vênus.
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Quartzo rutilado.
Fonte desta imagem:http://brazilis.loja2.com.br/457118-Quartzo-Rutilado-Pedra-Preciosa-Mineral-Rutil-Quartz-Gems
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Quartzo fumê rutilado
Fonte desta imagem: http://www.mineralminers.com/images/rock-crystal/hand/rkxh237.jpg
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Quartzo fumê rutilado, de Brotas de Macaúbas.

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Cabeleira de Vênus
Cabeleira de Vênus
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- O Quartzo fantoma - tem impurezas interiores de dimensões maiores. Estas, muitas vezes, marcam o crescimento do cristal, destacando-o, tornando-o mais claro.
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Quartzo fantoma devido à presença do mineral clorita no seu interior.
Fonte desta imagem:http://www.alvimstones.com/product.php?id_product=36
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Quartzo fantoma devido à presença do mineral actinolita no seu interior.
Fonte desta imagem:http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-205244177-actinolite-no-quartzo-translucido-_JM
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Quartzo fantoma devido provavelmente à presença de bolhas de ar no seu interior.
Fontes desta imagem:http://cristaisgayatri.wordpress.com/cristais/quartzo/ e http://www.mineralminers.com/html/rkxspdc.stm
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Quartzo fantoma devido provavelmente à presença de bolhas de ar no seu interior.
Fonte desta imagem: http://www.shopdoscristais.com.br/lojav/product.php?id_product=1016
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Formas Microcristalinas

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Bibliografia:

ARAÚJO. Fernando Gabriel S.. "Correlação entre o espectro óptico e a concentração de impurezas no quartzo colorido." Ouro Preto (Minas Gerais): Rem - Revista da Escola de Minas, v.54, n.4, Outubro - Dezembro de 2001.
CORREA, Monica. "Variedades gemológicas de Quartzo na Bahia, Geologia, Mineralogia, causas de cor e técnicas de tratamento." São Paulo (São Paulo): Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo, dissertação de mestrado, 2010.

NUNES. Eduardo Henrique Martins. “Caracterização de Ametistas Naturais.” Belo Horizonte (Minas Gerais): Universidade Federal de Minas Gerais Tese de Doutorado, março de 2008.

TRINDADE, N. M.; Scalvi, R.M.F.. "Análise das propriedades ópticas de Ametistas tratadas termicamente." Foz do Iguaçu (Paraná): 17º CBECIMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 15 a 19 de Novembro de 2006.
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sábado, 12 de maio de 2012

"Ossos pré-históricos em Itiúba"

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A matéria abaixo foi trazida do blog: http://www.itiubadomeutempo.kit.net/itiuba_fotos/pag.075.html
http://www.itiubainformacoes.kit.net/itiuba_informacoes/31ossosprehistoricos.htm
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"PRÉ-HISTÓRIA - Ossadas que dizem ser de animais gigantes atraem curiosos Adilson Fonsêca
O agricultor Manoel Marques Barbosa, 28 anos, exibe, como uma espécie de troféu, duas ossadas de um animal, que ele diz ter sido de um dinossauro.
As ossadas foram encontradas no topo da Serra de Cajazeiras, uma elevação ao norte do município, com cerca de 600 metros de altura, a 19 km da cidade de Itiúba (378 km de Salvador), e estão espalhadas em um platô rochoso, de difícil acesso.
O que o agricultor Manoel guarda como uma relíquia na sua casa, na entrada do povoado de Ponta Baixo, tem atraído a curiosidade de muitos outros moradores. Segundo afirmam, desde o ano passado têm sido encontrados vestígios de ossadas que parecem ter sido de grandes animais, não só na Serra de Cajazeiras, mas também na Serra do Souza, esta mais próxima da cidade.
Não se assemelha a qualquer animal conhecido”, diz, mostrando um grande pedaço de osso achatado, calcificado, encontrado em meio a diversos outros pedaços espalhados no topo da serra. Na Serra do Souza, boa parte das ossadas acabou servindo de alicerce de uma cerca de pedra, construída para represar água de um tanque, onde o gado costuma beber.
No ano passado, o microempresário paulista Ciro Roberto Batista, em visita ao município, colheu algumas amostras e as levou para São Paulo. Outras ossadas teriam sido levadas por viajantes para Juazeiro e mesmo trazidas para Salvador.
Riqueza dos achados
As buscas das primeiras ossadas nas serras que cercam a cidade de Itiúba começaram em 1950, quando lavradores estavam cavando um poço de mais de sete metros de profundidade, na Serra da Pindoba. Lá, encontraram grandes pedaços de ossos do que teria sido um animal de grande porte. Segundo conta o funcionário aposentado do IBGE, Robério Pinto Azeredo, 84 anos, no local também foi descoberta uma gruta com mais de 10 metros de profundidade.
A região era habitada pelas tribos dos índios Pataxó e Kariacás. Em 1979, segundo explica Robério, algumas amostras das ossadas foram entregues a pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. “Infelizmente, mesmo dizendo que iriam analisar os achados, não obtivemos mais respostas e a partir de então as pessoas começaram a levar os ossos para vários lugares”, disse.
O ex-funcionário do IBGE é autor de dois livros – Histórias de Itiúba e do Padre Severo, e História, Geografia e Riquezas Naturais de Itiúba –, que falam da fundação do município e da sua topografia, com solos e formação rochosa ricos em cloreto de sódio."
Declara tratar-se de "Transcrição de artigo publicado no jornal "A Tarde" de 04/04/2003".
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As imagens presentes no blog foram as seguintes:





Conforme as imagens, não se trata de ossadas de dinossauro, mas sim de um mamífero, o mastodonte, cujo nome científico é Stegomastodon, Notiomastodon ou Haplomastodon.
Está extinto este animal há cerca de 7.000 anos.
Aqui, uma reconstituição da ossatura do animal:

Uma reconstituição do aspecto original do animal aparece abaixo: